Embaixador chinês nos EUA adverte contra uso da crise da Ucrânia para atrapalhar relações EUA-China

Fonte: Xinhua    20.04.2022 10h06

O embaixador chinês nos Estados Unidos, Qin Gang, advertiu contra o uso da crise da Ucrânia como desculpa para atrapalhar as relações EUA-China, dizendo que isso não serve de nada para ninguém agora ou no futuro.

No artigo assinado publicado na revista The National Interest na segunda-feira, Qin disse que, embora a relação bilateral entre a China e a Rússia tenha alcançado grandes progressos nas últimas três décadas, os dois países não são aliados e sua relação não tem como alvo países terceiros.

As relações EUA-Rússia, no entanto, "estão deslizando para uma nova Guerra Fria", disse Qin, acrescentando que isso "não é do interesse nem da China, nem dos Estados Unidos nem da Rússia, e não é o que a China quer ver".

"Afinal, uma pior relação Rússia-EUA não significa um relacionamento melhor China-EUA, e da mesma forma, uma pior relação China-Rússia também não significa um melhor relacionamento EUA-Rússia. Mais importante ainda, se o relacionamento entre a China e os Estados Unidos for complicado, isso não é um bom presságio para as relações entre a Rússia e os Estados Unidos nem para o mundo", afirmou.

"De forma perturbadora, à medida que a crise continua, algumas pessoas estão ameaçando com sanções contra a China para coagir a renúncia de sua política externa independente de paz. Alguns estão clamando por um "Eixo Beijing-Moscou" em uma perigosa interpretação errônea das relações China-Rússia, pedindo à China que assuma a responsabilidade pela crise. Alguns estão ligando Taiwan à Ucrânia e propagando riscos de um conflito através do Estreito de Taiwan. Outros ainda, apesar das lições que deveriam ser aprendidas, estão alimentando mal-entendidos, confrontação e insegurança na Ásia-Pacífico, sem a mínima preocupação de que esta região possa seguir os passos da Europa. Estas palavras e ações não são úteis para resolver a crise nem para assegurar a estabilidade das relações China-EUA. Arrastar todos para baixo não faz bem às nossas futuras gerações", disse o embaixador.

"As diferenças na percepção da crise não justificam acusações infundadas nem pressões e não devem prejudicar nossos esforços conjuntos para acabar com ela", disse Qin, apelando para que a China e os Estados Unidos "tenham uma visão a longo prazo e um diálogo pragmático e construtivo, coordenação e cooperação sobre os assuntos fora e depois da crise".

"Desta forma, podemos conseguir um arranjo de paz e estabilidade duradoura na Europa aceitável por todas as partes; resolver adequadamente outros pontos críticos globais; prevenir e enfrentar o impacto da crise na economia global e no comércio, finanças, energia, alimentos e cadeias industriais e de suprimentos; além de minimizar as perdas para a economia e a vida da população", observou o diplomata.

Terminar o conflito indesejado o mais rápido possível "é agora o mais importante", disse Qin sobre a situação na Ucrânia, acrescentando que "deve haver não só um fim para esta guerra, mas também uma resposta fundamental para uma paz e estabilidade duradouras na Europa".

(Web editor: Beatriz Zhang, editor)

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