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China acelera projeto de transferência de recursos de computação de leste para oeste

Fonte: Diário do Povo Online    22.02.2022 13h32

Wang Junling

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (CNDR), juntamente com outros órgãos governamentais, aprovou recentemente o início da construção de oito hubs nacionais de computação e planeja construir 10 clusters nacionais de centros de dados. Os oito centros de computação nacionais serão construídos na região de Beijing-Tianjin-Hebei, no delta do rio Yangtzé, na Grande Área da Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, no círculo econômico Chengdu-Chongqing, na região autônoma da Mongólia Interior do norte da China, em Guizhou, no sudoeste da China, na província de Gansu, noroeste da China, e Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia.

Centro de exposições da Zona Piloto Abrangente de Big Data da China (Guizhou) na cidade de Guiyang, província de Guizhou, sudoeste da China. (Foto/site oficial da Zona Nacional de Desenvolvimento Industrial de Alta Tecnologia de Guiyang)

A medida sinaliza que o país começou oficialmente a implementar o seu projeto de transferência de recursos de computação de leste para oeste para um melhor desenvolvimento da economia digital.

O megaprojeto visa, ao formar um novo tipo de rede de poder de computação, enviar dados coletados das regiões orientais mais prósperas da China para as regiões ocidentais menos desenvolvidas, mas ricas em recursos, para armazenamento, cálculo e feedback, e estabelecer centros nacionais de computação no oeste da China, o que pode ajudar o país a melhorar seu desequilíbrio no layout de infraestruturas digitais e maximizar o valor dos fatores de produção de dados, segundo apontou um especialista do setor.

A China fará esforços para acelerar a implementação de seu projeto de transferência de recursos de computação leste-oeste durante o 14º período do Plano Quinquenal do país (2021-2025), quando a economia digital entrar em um novo estágio de desenvolvimento com mais aplicações, padronização de desenvolvimento e compartilhamento inclusivo, com base em um plano para facilitar o desenvolvimento da economia digital durante o 14º período do Plano Quinquenal lançado pelo Conselho de Estado da China recentemente.

Nos últimos anos, à medida que a transformação digital e a atualização em vários setores aceleraram, o país testemunhou um crescimento explosivo na quantidade total de dados gerados em toda a sociedade, o que resultou em um aumento substancial na demanda pelo armazenamento de dados, cálculo, transmissão e aplicação, disse Jin Xiandong, porta-voz da CNDR.

O projeto de transferência de recursos de computação, ao mesmo tempo que resolve problemas enfrentados pelas regiões orientais da China, como cota insuficiente de consumo de energia, altos custos de eletricidade e espaço limitado para o desenvolvimento de centros de dados de grande escala, pode aproveitar ao máximo os recursos energéticos renováveis abundantes e os terrenos baldios disponíveis no oeste do país, disse Liu Miao, gerente geral de negócios de soluções de serviços do Lenovo Enterprise Technology Group.

O projeto pode também envolver as vastas regiões ocidentais na onda da economia digital liderada pela inteligência e ajudá-los a liberar melhor sua vantagem tardia e obter um desenvolvimento rápido, observou Liu.

Muitas empresas implantaram já centros de dados nas regiões ocidentais, devido à vantagem de ajudar a reduzir custos, economizar energia e reduzir as emissões de carbono.

Em agosto de 2020, um super centro de dados estabelecido pela Alibaba Cloud, braço de computação em nuvem da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba, na cidade de Ulanqab, região autônoma da Mongólia Interior, começou oficialmente a fornecer serviços de computação em nuvem. O centro de dados utiliza principalmente eletricidade gerada a partir de fontes de energia renováveis, como energia eólica e solar.

Como a temperatura média anual na cidade de Ulanqab é de apenas 4,3 graus Celsius, o centro de dados pode aproveitar o ambiente natural para resfriar seus equipamentos por quase 10 meses do ano.

A tecnológica chinesa Huawei expandiu também para Ulanqab, uma das regiões importantes da China em termos de desenvolvimento de energia renovável.

“O centro de dados consome muita eletricidade. Com clima adequado e fontes de energia abundantes e baratas, as regiões ocidentais da China podem atender às necessidades dos centros de dados para um desenvolvimento verde e de alta qualidade”, afirmou um executivo da Huawei Cloud, provedora de serviços em nuvem afiliada à Huawei.

O rápido desenvolvimento da economia digital da China nos últimos anos ajudou o país a acumular muitos recursos de dados valiosos. No entanto, o país tem ainda muito o que recuperar antes de se tornar um dos líderes mundiais no desenvolvimento de instalações de computação.

Atualmente, o poder de computação do país não é capaz de satisfazer a enorme demanda por computação gerada pelo aumento drástico na quantidade de dados.

Uma razão importante é o desequilíbrio entre a oferta e a demanda por centros de dados que fornecem poder de computação, apontou Wang Qing, vice-engenheiro-chefe do Instituto de Pesquisa de Indústria e Planejamento da Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicações.

“No contexto do projeto de transferência de recursos de computação de leste a oeste, muitas empresas de economia digital envolvidas em serviços, como armazenamento de dados e análise de dados offline, podem comprar serviços em nuvem de centros de dados nas regiões ocidentais para realizar a alocação remota de recursos de computação e armazenamento, de modo a reduzir efetivamente os custos operacionais e obter lucro extra”, disse Wang.

Enquanto isso, a cadeia da indústria upstream e downstream da indústria de computação atraída para regiões ocidentais por centros de dados, tem grande importância para a transformação econômica e atualização dessas regiões, acrescentou Wang.

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