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Compras na China criam um novo 'campo de batalha' para redução de carbono

Fonte: Diário do Povo Online    15.11.2021 10h09

Entregadores transportam pedidos de laranjas de umbigo num trem de alta velocidade em Ganzhou, província de Jiangxi, na quinta-feira (15). [Foto: Ni Shuxun / China Daily]

Poucos dias depois de realizar o pedido, Wang Maiqi recebeu o aviso para realizar a retirada em uma estação de correio em seu bairro, e então ela coloca a caixa da embalagem em um balcão de reciclagem na estação e recebe um ovo virtual em um aplicativo móvel.

"Ao coletar quatro ovos, a plataforma entrega os ovos reais para minha casa gratuitamente", disse Wang, uma residente na cidade de Taiyuan, província de Shanxi, norte da China. "É uma ação ganha-ganha com a velha embalagem reciclada e consumidores obtendo benefícios tangíveis".

Na bonança anual de compras do Dia dos Solteiros deste ano, um total de 60.000 postos de correio sob o braço de logística do grupo Alibaba Cainiao Network enviaram 7,5 milhões de ovos para consumidores que reciclam as caixas das envomendas.

O festival de compras, iniciado pelo Alibaba em 11 de novembro de 2009, agora está ficando mais verde, se tornando um novo "campo de batalha" onde as empresas estão buscando fazer a diferença em meio aos esforços do país para reduzir as emissões de carbono.

A plataforma de comércio eletrônico do Alibaba, Tmall, emitiu 100 milhões de yuans (cerca de US$ 15,6 milhões) em vouchers verdes este ano, incentivando os consumidores a comprar eletrodomésticos com eficiência energética e produtos com certificados "verdes" para apoiar as metas de redução de carbono da China.

A gigante do comércio eletrônico JD.com também aderiu à campanha de "baixo carbono", desenvolvendo embalagens recicláveis, implantando vans de carga de nova energia e adotando a geração de energia fotovoltaica em depósitos.

Entre todas as mercadorias nas prateleiras da JD.com durante o festival de compras deste ano, há mais de 150 milhões de produtos verdes. A empresa disse que os condicionadores de ar, geladeiras e televisores com baixo consumo de energia que os clientes compraram da JD.com no ano passado podem ajudar reduzir anualmente as emissões de carbono em quase 2 milhões de toneladas.

Depois que a China anunciou que se esforçaria para atingir o pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060, as metas ambiciosas foram elogiadas por todos os setores da vida. De acordo com o 14º Plano Quinquenal para Desenvolvimento do Comércio Eletrônico, as empresas de comércio eletrônico devem ativamente adaptar-se aos requisitos de desenvolvimento verde e de baixo carbono, estabelecer uma visão de desenvolvimento verde, cumprir as responsabilidades de proteção ambiental e promover a inovação verde.

O "redemoinho verde" da conservação de energia e redução de emissões explodiu em toda a cadeia de logística do comércio eletrônico.

A gigante chinesa de correios ZTO Express lançou mais de 11 milhões de sacolas de transferência para reciclagem, substituindo cerca de 1,16 bilhão de sacolas de tecido descartáveis - o equivalente a uma redução de cerca de 104.000 toneladas de lixo.

"As emissões de carbono por quilograma gerado por um único pacote ZTO diminuíram de 0,091 em 2018 para 0,061 em 2020, mostrando uma tendência de queda por três anos consecutivos", disse Zhao Xiaolong, gerente geral do centro de gerenciamento da filial ZTO Express Shanxi.

A Agência dos Correios da China está trabalhando para garantir que a taxa de utilização de cartas de porte eletrônicas chegue a 95%, com mais da metade dos pacotes de e-commerce não mais reembalados. A taxa de utilização de sacolas de transferência recicláveis também está chegando a 70%, e 10.000 pontos de correio expresso estão estabelecendo dispositivos de reciclagem de embalagens. Tudo isso numa tentativa de promover o desenvolvimento verde de toda a indústria.

"A farra de compras do Dia dos Solteiros não representa apenas um carnaval de consumo agora. É, mais importante, uma ocasião para defender os conceitos de consumo verde e vida de baixo carbono e incentivar as empresas a economizar energia e reduzir as emissões", disse Geng Yeqiang, professor da escola de economia e administração da Universidade de Shanxi.

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