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China pode liderar indústria de transporte marítimo global

Fonte: Diário do Povo Online    22.10.2021 11h11

Devido às mudanças globais jamais vistas em um século e à transformação tecnológica provocada pela pandemia da Covid-19, a China está bem posicionada para liderar a indústria de transporte marítimo internacional no estabelecimento de um centro mundial de inovação e conhecimento para o transporte sustentável, disseram as autoridades e membros da indústria em um fórum na quarta-feira (20).

O primeiro Fórum Mundial de Comerciantes Marítimos, com o tema “liderando a tendência”, foi organizado pelo China Merchants Group, o Conselho Marítimo Internacional e do Báltico (BIMCO, na sigla em inglês), a Câmara Internacional de Navegação e a Associação dos Armadores de Hong Kong. O fórum visa expandir a cooperação na cadeia de transporte marítimo, promover o compartilhamento de recursos e estabelecer uma nova ecologia global de transporte em meio às grandes mudanças de digitalização e descarbonização.

"A indústria naval desempenha um papel importante na economia do país e no comércio global, apoiando a circulação doméstica e contribuindo para a globalização econômica", disse Li Xiaopeng, ministro dos transportes da China, no fórum. "Embora conquistas significativas tenham sido realizadas ao longo dos anos, os desafios permanecem".

Ele propôs fortalecer a cooperação por meio da construção de infraestrutura e sinergia de política dentro da indústria de transporte marítimo internacional para construir a Rota da Seda Marítima do século 21.

O papel da indústria naval na economia global é tão crucial quanto os vasos sanguíneos para o corpo humano, já que cerca de 90% das mercadorias comercializadas são transportadas por água, disse Yin Zonghua, vice-diretor do Escritório de Ligação do Governo Popular Central na Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK).

Com o centro de gravidade econômico mundial mudando para a China e o Leste Asiático após a pandemia, a China tem as redes de transporte marítimo mais conectadas do mundo, disse Yin, observando que a China é o maior parceiro comercial de mais de 120 países e regiões em todo o mundo e tem sete dos 10 maiores portos do mundo.

Ele acrescentou que Hong Kong tem um papel mais importante a desempenhar como centro marítimo internacional e porta de entrada para o comércio entre o continente chinês e o resto do mundo.

Em meio à otimização da cadeia industrial da China, o comércio com os países vizinhos se tornou cada vez mais próximo, disse Xu Lirong, presidente da China COSCO Shipping Corp. Nos primeiros oito meses deste ano, as importações e exportações da China para países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) alcançou 3,59 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões), um aumento de 22,8% com relação ao ano anterior, disse ele.

O acordo de Parceria Econômica Abrangente Regional (RCEP, na sigla em inglês) também consolida ainda mais a posição da China como um centro da cadeia de abastecimento global, disse Xu, acrescentando que o acordo tem grande potencial para impulsionar o comércio global.

O acordo RCEP foi assinado por 15 países da Ásia-Pacífico, incluindo China e 10 estados membros da ASEAN, em novembro do ano passado. Cobre cerca de 30% do produto interno bruto, comércio e população mundial. O investimento direto da China nos países membros do RCEP atingiu US$ 15,44 bilhões em 2020, aumentando 34% com relação ao ano anterior, de acordo com Xu.

No entanto, a indústria naval ainda enfrenta gargalos e obstáculos, disse Miao Jianmin, presidente do China Merchants Group, referindo-se a um desequilíbrio estrutural e grande volatilidade das operações comerciais, uma inadequação para se adaptar a emergências e desafios na realização de descarbonização industrial.

Esben Poulsson, presidente da Câmara Internacional de Navegação, disse: "embora existam algumas novas tecnologias muito promissoras para emissões zero (de carbono), a realidade é que estamos longe de ter todas as respostas".

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