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Investigado por 4 inquéritos, Bolsonaro lidera manifestações no Dia da Independência do Brasil

Fonte: Diário do Povo Online    09.09.2021 13h44

Apoiadores do presidente brasileiro Jair Bolsonaro derrubaram um bloqueio policial na noite de segunda-feira, no centro de Brasília, na véspera de grandes manifestações que deixaram o país ao rubro.

Lutando contra um recorde de inquéritos, Bolsonaro procurou mobilizar sua base, principalmente em Brasília e São Paulo. O líder de extrema direita compareceu a dois comícios na terça-feira, o Dia da Independência do Brasil, aumentando a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal e o juiz Alexandre de Moraes, que promoveram investigações que decorrem contra ele e seu círculo íntimo.

Centenas de pessoas que chegaram para participar dos protestos de terça-feira "romperam as barreiras de contenção" e entraram na avenida de acesso aos prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a Polícia do Distrito Federal.

O governo do distrito federal organizou uma operação com 5.000 policiais para proteger prédios públicos e ajudar a evitar distúrbios.

Os manifestantes da oposição realizaram seus próprios comícios rivais, criticando o atual presidente pelas ameaças lançadas contra o poder judiciário. Várias vozes do panorama político brasileiro se juntaram às críticas ao presidente, incluindo João Doria, o governador de São Paulo, que pela primeira vez se pronunciou publicamente a favor do impeachment do presidente.

Bolsonaro, cuja popularidade está em baixa, procurou disparar sua base em face de uma economia em declínio e do impacto da pandemia.

Bolsonaro, um ex-capitão do Exército, de 66 anos, abertamente nostálgico da ditadura militar brasileira (1964-1985), alertou seus defensores que sua "democracia" e "liberdade" estavam sob ameaça dos poderes que estão em Brasília.

“A partir de hoje uma nova história começa a ser escrita aqui no Brasil”, disse, durante o comício na capital, onde abriu o dia com o hasteamento da bandeira e sobrevôo da Força Aérea.

Com apoiadores da linha dura pedindo uma intervenção militar para dar poder irrestrito a Bolsonaro, houve temores de que o dia pudesse se tornar violento, com ecos do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos por partidários do ex-presidente Donald Trump - a quem Bolsonaro é frequentemente comparado.

Bolsonaro dobrou seus ataques ao sistema de votação eletrônica do Brasil, dizendo a uma multidão massiva em São Paulo que ele se recusaria a participar de uma "farsa" eleitoral em 2022.

“Queremos eleições limpas e democráticas ... Não posso participar de uma farsa como a que está sendo patrocinada pelo Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou.

Alvo de quatro inquéritos no STF e um na Justiça Eleitoral por ataques ao sistema eleitoral, divulgação de documento sigiloso, defesa da difusão de mensagens antidemocráticas, por uma suposta ingerência na Polícia Federal e por alegada prevaricação na compra de vacinas contra a Covid-19, Bolsonaro afirma: "Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, ser morto ou a vitória", tendo descartado a primeira opção. 

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