Economista-chefe do FMI afirma que mercados emergentes não podem repetir "crise de birra"

Fonte: Xinhua    01.09.2021 09h29

Gita Gopinath, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), alertou que os mercados emergentes não podem se dar ao luxo de repetir a "crise de birra" que ocorreu em 2013 conforme o banco central dos EUA se prepara para retirar o estímulo monetário.

"Eles (os mercados emergentes) estão sendo atingidos de muitas maneiras diferentes, e é por isso que eles simplesmente não podem permitir uma situação em que haja algum tipo de acesso de raiva dos mercados financeiros originados dos principais bancos centrais", disse Gopinath no domingo em entrevista ao Financial Times.

Os comentários de Gopinath vieram depois que o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse na sexta-feira que o Fed poderia começar a reduzir as compras de ativos este ano se a economia dos EUA evoluir amplamente conforme o previsto.

Ao destacar as pressões econômicas sobre os países de renda baixa e média, Gopinath alertou sobre potenciais consequências caso a inflação se torne uma questão mais perniciosa nos Estados Unidos e force um movimento repentino para apertar a política monetária.

"Estamos preocupados com um cenário em que a inflação suba muito mais do que o esperado e isso exigiria uma normalização muito mais rápida da política monetária nos EUA", disse ela, acrescentando que os bancos centrais precisam fornecer "comunicação transparente" sobre uma base frequente a respeito do caminho de suas políticas a seguir.

Os ativos dos mercados emergentes foram vendidos de forma significativa em meio a um aumento repentino nos rendimentos do Tesouro dos EUA em 2013, quando o então presidente do Fed, Ben Bernanke, mencionou pela primeira vez a ideia de reduzir o ritmo de compras de ativos do Fed.

"Os mercados emergentes continuam vulneráveis ​​ao estreitamento pelo Fed, já que menos apoio à economia dos EUA poderia apertar as condições financeiras em todo o mundo", disse Jonathan Fortun, economista do Instituto Internacional de Finanças, em uma nota no início deste mês.

"Apesar do panorama desolador, acreditamos que o risco de contágio é menos grave do que durante a liquidação do EM (mercado emergente) em 2018 ou durante a crise de birra de 2013", disse Fortun, observando a importância da credibilidade da política de mercado emergente será fundamental nos próximos meses, especialmente se as taxas de juros subirem.

O Fed se comprometeu a manter sua taxa básica de juros inalterada no nível recorde de quase zero, enquanto continua seu programa de compra de ativos pelo menos no ritmo atual de 120 bilhões de dólares americanos mensais até que "progresso substancial" seja feito em emprego e inflação.

(Web editor: Milena Wang, 符园园)

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