A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou na terça-feira (6) bloqueadores do receptor de interleucina-6 para pacientes graves de Covid-19, pedindo aos produtores que unam esforços para aumentar rapidamente o acesso aos medicamentos.

A OMS disse em um comunicado à imprensa que a medida é baseada nas descobertas de uma meta-análise levada a cabo pela OMS, a maior até hoje centrada em medicamentos.

Os medicamentos constantes na lista são primeiros medicamentos considerados eficazes contra a Covid-19 desde que os corticosteroides foram recomendados pela OMS em setembro de 2020.

“Pacientes gravemente ou criticamente infetados com Covid-19 frequentemente sofrem de uma reação exagerada do sistema imunológico, que pode ser muito prejudicial à saúde do paciente. Os medicamentos bloqueadores de interleucina-6 - tocilizumab e sarilumab - agem para suprimir essa reação exagerada”, afirmou o comunicado da OMS.

De acordo com a OMS, a meta-análise demonstrou que em pacientes gravemente ou criticamente infetados, a administração desses medicamentos reduz as chances de morte em 13 por cento, em comparação com os tratamentos padrão.

Isso significa que haverá 15 mortes a menos por mil pacientes e até 28 mortes a menos para cada mil pacientes gravemente infetados, segundo a OMS.

Além disso, ao usar os medicamentos, as chances de ventilação mecânica entre pacientes graves e críticos serão reduzidas em 28 por cento, em comparação com o tratamento padrão, e isso se traduz em 23 pacientes a menos em mil que precisam de ventilação mecânica.

Para aumentar o acesso e a acessibilidade desses produtos que salvam vidas, a OMS exorta os fabricantes a reduzir os preços e disponibilizar suprimentos para países de baixa e média renda, especialmente onde a Covid-19 está crescendo.

De acordo com a Medecins Sans Frontieres / Médicos Sem Fronteiras (MSF), a tocilizumabe pertence à classe de medicamentos chamados de anticorpos monoclonais (mAbs) - usados no tratamento de várias doenças, incluindo câncer, que têm um preço extremamente alto e, portanto, são de difícil acesso em países de baixa e média renda.

Outro mAb recomendado pela OMS hoje, o sarilumabe, está sob ampla proteção de patentes em todo o mundo, levantando desafios imediatos à garantia de produção e fornecimento ininterruptos, disse MSF.