Por Beatriz Cunha
A cidade de Serrana, localizada a pouco mais de 300 km da cidade brasileira de São Paulo, participou do período de 17 de fevereiro a 11 de abril deste ano de um estudo do Instituto Butantan sobre a efetividade da vacina CoronaVac.
A experiência foi denominada “Projeto S”, a letra “S” refere-se à “Serrana”, assim como à “Sars-Cov-2”, segundo noticiou o jornal o Estadão no mês passado.
A cidade foi mapeada e dividida em 25 subáreas de acordo com o Censo da Saúde realizado em setembro de 2020 e os habitantes foram vacinados conforme 4 grupos populacionais, um por semana.
Foram completamente imunizados contra o novo coronavírus 27.160 moradores, o eqivalente a 95,7% da população-alvo da pesquisa, e 59,5% da população de Serrana.
O projeto científico não fez uso das doses pretencentes ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil. Os moradores maiores de 18 anos foram o público-alvo, e a previsão é de que sejam acompanhados por um ano, para que se possa mensurar a duração de resposta imunológica proporcionada pela CoronaVac.
A cidade de Serrana foi escolhida porque em abril do ano passado um surto de Covid-19 atingiu idosos e funcionários, e pesquisas subsequentes apontaram que 8,75% teve contato com o vírus e 5% ainda tinha o vírus ativo, infectando outras pessoas.
“Essa foi uma das taxas mais altas entre todas as cidades do Estado de São Paulo que fizeram esse inquérito”, esclareceu Marcos de Carvalho Borges, principal investigador do Projeto S, segundo noticiou o Estadão em abril passado.
Em agosto de 2020, um outro inqérito apontou que houve queda na infecção ativa da doença.
Segundo o médico Angel Dario Ariza, já é possível constatar uma redução no número de atendimentos para casos de Covid-19 nas Unidades de Pronto Antendimento (UPA) de Serrana. Casos graves da doença tiveram uma queda considerável, e não houve pacientes intubados nas últimas semanas em que a vacinação em massa foi realizada, noticiou o Estadão.
Os números da Prefeitura da cidade mostram que, durante as últimas 5 semanas do projeto de vacinação em massa, a realização dos exames para detecção da Covid-19 teve uma redução entre 3,5% e 30%.
O número de suspeitos com Covid-19 era de 542 pessoas de 10 a 16 de março, quando a aplicação da primeira dose era concluída. Após a aplicação da segunda dose ser finalizada, de 14 a 20 de abril, esse número caiu para 216.
