Uma filial de logística da Sichuan Airlines disse que está discutindo um novo plano para retomar os serviços de carga para a Índia, dado que o país está atravessando um ressurgimento da Covid-19.
A resposta surge após a mídia indiana ter informado que a Sichuan Airlines suspendeu todos os voos de carga para a Índia por 15 dias, alegando que a decisão traz "grandes perturbações" aos esforços dos comerciantes privados na compra de suprimentos médicos e ventiladores da China.
"Estamos reavaliando o plano original de suspender os serviços de carga para a Índia e discutindo ativamente um novo plano para garantir os serviços de carga para a região", disse a empresa, em resposta enviada ao Global Times na segunda-feira.
A empresa disse que a razão pela qual suspendeu os voos de carga para a Índia foi a recente mudança repentina nas incidências de Covid-19 no país.
É razoável que as companhias aéreas suspendam os serviços devido ao aumento repentino de casos de Covid-19 no país, e os padrões originais de prevenção de epidemias não possam ser usados para operar voos internacionais, disse Qi Qi, um analista do mercado, em declarações ao jornal Global Times na segunda-feira.
Vários analistas de mercado consideram que a decisão pode estar ligada ao caso de um piloto de um vôo internacional de carga, diagnosticado como caso importado em dezembro, dado que a empresa espera evitar riscos.
Naquela época, a Administração da Aviação Civil da China constituiu uma equipe especial de investigação para o assunto e afirmou que fortaleceria ainda mais a supervisão. As companhias aéreas foram instadas a fortalecer sua principal responsabilidade na prevenção de epidemias e a impedir que a epidemia se alastrasse por canais aéreos.
Fundada em 1986, a Sichuan Airlines atendia a mais de 300 rotas na China e no exterior antes da epidemia.
Todavia, o negócio de carga não é significativo em comparação com o transporte de passageiros, disse Qi ao Global Times.
A Sichuan Airlines geralmente tem dois voos regulares do continente chinês para a Índia, incluindo o 3U8299, de Chengdu, na província de Sichuan, para Chennai, e o 3U8227, de Xi'an, na província de Shaanxi, para Delhi. Porém nenhum voo decolou na segunda-feira, de acordo com o provedor Variflight.com.
Mesmo que haja uma suspensão do transporte de carga entre a China e a Índia, outro serviço continua normal, sendo que os observadores de mercado afirmam que as companhias aéreas chinesas têm capacidade suficiente para atender às necessidades urgentes entre os dois países.
De 1º a 25 de abril, o número de voos de carga do continente chinês para a Índia foi, em média, cinco por dia, a cargo da Sichuan Airlines e SF Airlines, de acordo com Variflight.com.
Uma fonte disse ao Global Times que, até agora, o serviço de carga da SF Airlines continua normal.
A China incentivará e orientará as empresas chinesas a cooperar ativamente, fornecer conveniência para a Índia comprar todos os tipos de materiais anti-Covid-19 necessários e fornecer à Índia apoio e assistência, de acordo com a Embaixada da China na Índia na segunda-feira.
A China expressou a disponibilidade de ajudar a Índia a lutar contra o ressurgimento da Covid-19 e que os suprimentos médicos fornecidos pelas empresas chinesas são negócios normais, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, na segunda-feira.
A Índia está atravessando uma onda de ressurgimento da Covid-19, exacerbada por variantes duplamente mutantes. De acordo com as autoridades de saúde indianas, os novos casos diários da Índia atingiram um novo recorde no domingo, com 352.911 casos.
Fornecedores médicos chineses estão recebendo pedidos crescentes da Índia. De acordo com relatos da mídia, a Jiangsu Yuyue Medical Equipment, uma grande empresa médica do país, disse à mídia nacional que recebeu cerca de 18.000 pedidos de ventiladores do lado indiano nos últimos dias.
A variante altamente infecciosa na Índia levou vários países nos últimos dias a barrar ou restringir viajantes do país, incluindo o Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Canadá e Kuwait, de acordo com o timesofindia.com na segunda-feira.
