O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, após uma reunião do Comitê Nacional de Coordenação para enfrentar a pandemia da COVID-19 que o governo quer a volta das atividades à normalidade "o mais rápido possível".
Em declarações à imprensa, Bolsonaro voltou a afirmar que o isolamento social prejudica a economia e criticou as medidas dos governos estaduais que adotaram a restrição de circulação de pessoas.
"Não vamos resolver este problema ficando em casa. Esta política (de distanciamento social) ainda está sendo adotada, mas o espírito da mesma era se preparar com leitos de cuidados intensivos, respiradores para que as pessoas não percam a vida por falta de atenção", afirmou.
"Nenhuma nação pode se manter por muito tempo com esse tipo de política. E o que realmente queremos é voltar à normalidade o mais breve possível. Buscar medidas para combater a pandemia, como temos feito, com a coisa das vacinas", sinalizou.
"O apelo que fazemos aqui é que se reveja essa política de lockdown. Isso depende dos governadores e dos prefeitos porque só então poderemos voltar à normalidade", insistiu.
Minutos antes, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao participar de uma coletiva de imprensa, ao lado dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, destacou que a Comissão é a "materialização da harmonia entre os poderes", fundamental para enfrentar a pandemia.
Queiroga destacou o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) como a principal ferramenta para combater a Covid-19 e ressaltou a importância da vacinação.
"Uma campanha de vacinação ampla e ágil é o passaporte para o fim da pandemia e é esse o esforço que estamos fazendo", destacou.
Segundo o ministro, o governo federal já contratou mais de 560 milhões de doses de vacinas, mas ainda não dispõe desse estoque porque há escassez de vacinas a nível internacional.
"Já foram distribuídas mais de 34 milhões de doses, precisamos convertê-las em pacientes imunizados, e aperfeiçoar nosso sistema de informação para poder receber os dados dos estados e municípios", acrescentou Queiroga.
O senador Pacheco citou os feriados da Semana Santa, no próximo fim de semana e pediu que as pessoas não participem de aglomerações, além de destacar a necessidade de se advertir à população sobre o uso de máscaras e de manter distanciamento social.
O ministro da Saúde agradeceu ao presidente do Senado pela observação e reforçou a necessidade de se tomar precauções.
"No feriado não pode haver aglomerações desnecessárias. É importante usar a máscara, manter o distanciamento. É importante fazê-lo. Não se deseja medidas extremas", disse Queiroga.
Criado este mês, o Comitê é uma instância de discussão entre os poderes da República e os estados para a articulação de medidas de combate à pandemia em todo o país, bem como de enfrentamento dos problemas econômicos, fiscais, sociais e de saúde resultantes.
O órgão é composto pelo Presidente da República, que o coordena, pelos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; e, como observador, uma autoridade designada pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz Luiz Fux.