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Chanceleres chinês e russo chegam a consenso estratégico

Fonte: Diário do Povo Online    24.03.2021 09h21

O conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, se reuniu na terça-feira com o chanceler russo, Sergei Lavrov, tendo ambas as partes chegado a um consenso estratégico.

As negociações, realizadas na cidade de Guilin, na Região Autônoma da Etnia de Zhuang de Guangxi, no sul da China, foram o 51º encontro entre Wang e Lavrov. "Isto demonstra o alto nível da parceria estratégica abrangente de coordenação entre a China e a Rússia", disse Wang.

COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA, COORDENAÇÃO

Não importam as mudanças na conjuntura internacional, a coordenação estratégica abrangente entre os dois países apenas sairá fortalecida e se expandirá, ao invés de enfraquecer ou encolher, disse o ministro das Relações Exteriores chinês.

Os dois lados concordaram que a orientação estratégica dos dois chefes de Estado constitui a força política dos laços bilaterais, sendo que a luta conjunta contra a pandemia aprofundou ainda mais a amizade tradicional entre os povos de ambos os países.

Foi também acordado que a cooperação pragmática impulsionou fortemente o desenvolvimento econômico e social dos dois países, e que a coordenação internacional contribuiu com estabilidade e energia positiva para o mundo.

Diante das rápidas mudanças na situação internacional, a realização de uma comunicação e coordenação estratégicas em tempo hábil não é apenas importante para a China e Rússia, como é também algo benéfico para o mundo, disse Wang.

Este ano marca o 20º aniversário da assinatura do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável China-Rússia. Observando que os dois lados concordaram em renovar o tratado e torná-lo mais relevante na nova era, Wang disse que isso é demonstrativo dos novos patamares, novas ideias e novos resultados da cooperação bilateral.

Os dois lados devem fortalecer a coordenação estratégica, lutar firmemente contra informações falsas sobre a China e a Rússia, reforçar a cooperação em segurança da informação, garantir o apoio mútuo na manutenção da segurança de seus próprios modelos e sistemas de governaça e salvaguardar seus direitos legítimos e interesses comuns, bem como manter a estabilidade nas áreas que circundam os dois países, disse Wang.

A China está disposta a discutir o estabelecimento de um mecanismo de reconhecimento mútuo para códigos de saúde com a Rússia, com base em consultas amigáveis que tenham em conta as preocupações mútuas, disse Wang, deixando o repto para as duas partes aprofundarem ainda mais a cooperação no domínio das vacinas, aumentando também a acessibilidade aos países em desenvolvimento.

Ele instou ainda as duas partes a aproveitarem o Ano da Inovação Científica e Tecnológica como uma oportunidade de explorar o potencial de cooperação em 5G, big data, economia verde, internet, mudanças climáticas, proteção ambiental e indústria da saúde, trabalhando rumo à meta de 200 bilhões de dólares em volume de comércio.

Lavrov, por seu turno, descreveu a amizade entre os dois países como “muito sólida”.

"A Rússia está disponível a trabalhar com a China para a implementação do consenso alcançado pelos dois chefes de Estado, manter intercâmbios de alto nível, fazer preparativos para a extensão do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável Rússia-China e elevar o acordo bilateral a um nível superior", disse Lavrov.

GOVERNANÇA GLOBAL

Após as negociações, os dois chanceleres assinaram vários acordos de cooperação bilateral, bem como uma declaração conjunta sobre governança global, pedindo à comunidade internacional a deixar de lado suas diferenças, estabelecer consensos, fortalecer a coordenação e salvaguardar a paz mundial e a estabilidade geoestratégica.

Sobre o tema dos direitos humanos, os dois lados disseram que todos os países deveriam se opor à politização das questões de direitos humanos, rejeitar o uso dos direitos humanos como pretexto para interferir nos assuntos internos de outros países, abandonar a duplicidade de critérios e se engajarem no diálogo com base na igualdade e respeito mútuo.

“Não existe um padrão unificado para o modelo de democracia”, refere o comunicado. O direito legítimo dos países soberanos de escolherem seus próprios caminhos de desenvolvimento deve ser respeitado, e interferir nos assuntos internos dos países soberanos sob o pretexto de "promoção da democracia" não é aceitável, é referido.

Diante do agravamento da turbulência política internacional, é urgente a realização de uma cúpula de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, para facilitar o diálogo direto e a discussão de soluções para os problemas enfrentados por todos os seres humanos e ajudar a manter a estabilidade do mundo, afirma o comunicado disse.

A China está disposta a fortalecer ainda mais a cooperação com a Rússia sob o enquadramento multilateral, objetivando a salvaguarda conjunta do multilateralismo, a manutenção do sistema internacional com a ONU enquanto núcleo e a ordem internacional baseada no direito internacional, enquanto se opõe firmemente a sanções unilaterais, bem como à interferência nos assuntos internos de outros países, concluiu Wang.

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