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Alto funcionário chinês diz aos EUA para cessar interferência em assuntos internos da China, evitar confronto

Fonte: Diário do Povo Online    19.03.2021 16h48

Os Estados Unidos devem interromper sua interferência nos assuntos internos da China e evitar confrontos entre os dois principais países, segundo palavras de um alto funcionário chinês na quinta-feira.

Yang Jiechi, membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e diretor do Gabinete da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PCCh, fez os comentários no início de uma reunião de alto nível de dois dias com representantes dos Estados Unidos na cidade de Anchorage, no Alasca.

O Conselheiro de Estado e Ministro das Relações Exteriores da China Wang Yi, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, também participaram no diálogo.

Após os comentários de abertura do lado americano, Yang fez uma intervenção, enfatizando que, na véspera do ano novo lunar chinês, o presidente chinês Xi Jinping manteve uma conversa telefônica frutífera com seu homólogo americano, Joe Biden.

Yang observou que os dois líderes concordaram que ambas as partes devem fortalecer a comunicação, gerir as divergências e expandir a cooperação, algo de grande importância para orientar o crescimento das relações China-EUA.

A participação da China no diálogo estratégico de alto nível a convite do lado dos EUA em Anchorage é um passo importante para implementar o consenso alcançado pelos dois chefes de estado em suas conversas por telefone, e o diálogo foi decidido pelos dois presidentes pessoalmente, segundo Yang.

O povo chinês e americano, bem como a comunidade internacional mais ampla, esperam resultados práticos do diálogo, acrescentou.

Observando que o lado chinês espera que o diálogo seja sincero, Yang disse que as duas principais potências do mundo, China e Estados Unidos, assumem a responsabilidade pela paz, estabilidade e desenvolvimento global e regional.

Durante as duas sessões recentemente concluídas da legislatura nacional e órgão consultivo político, respetivamente, a China adotou o Esboço do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) para o Desenvolvimento Econômico e Social Nacional e as Metas de Longo Prazo até o ano de 2035. A este respeito, Yang comentou que a China se encontra em um momento histórico para onde convergem os prazos de seus dois objetivos centenários.

A China alcançará a modernização até 2035 e se desenvolverá como um grande país socialista moderno em 2050, afirmou.

A China fez grandes conquistas estratégicas em sua luta contra a pandemia de Covid-19, alcançou uma vitória contundente na erradicação da pobreza e atingiu grandes conquistas históricas na construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspetos, enfatizou, acrescentando que o povo chinês está mais estreitamente unido em torno o Comitê Central do PCCh, com Xi Jinping enquanto núcleo.

Yang destacou que a China defende a paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade, os valores comuns da humanidade, e defende a salvaguarda do sistema internacional, com a Organização das Nações Unidas (ONU) no centro, e a ordem internacional baseada no direito internacional, ao invés da ordem baseada em regras formuladas por um pequeno número de países.

A maioria dos países do mundo não reconhece que os valores dos EUA representam os valores internacionais, não reconhece que o que os Estados Unidos dizem representa a opinião pública internacional e não reconhece que as regras formuladas por alguns países representam as regras internacionais, disse Yang .

Os Estados Unidos têm seu próprio modelo de democracia e a China tem seu estilo, observou, acrescentando que, ao contrário dos Estados Unidos, que usa forças militares intencionalmente e causa instabilidade e inquietação em todo o mundo, a China está comprometida com o caminho do desenvolvimento pacífico e tem feito esforços incessantes para promover a paz e o desenvolvimento internacional e regional, salvaguardando os princípios da Carta das Nações Unidas.

Os Estados Unidos têm inúmeros problemas internos em áreas como direitos humanos, prosseguiu Yang, acrescentando que a contraparte deveria melhorar sua imagem e cuidar de seus assuntos internos, ao invés de deixar seus próprios problemas sem solução, exportando-os para outras partes do mundo e fazendo comentários irresponsáveis sobre os direitos humanos e a democracia na China.

Yang frisou ainda que a liderança do PCCh e o sistema político da China contam com o apoio incondicional do povo chinês, sendo que qualquer tentativa de mudar o sistema social da China é inútil.

O diplomata senior asseverou que a China e os Estados Unidos compartilham interesses comuns na luta contra a pandemia de Covid-19, retomando o trabalho e a produção e enfrentando as mudanças climáticas.

Ele apelou ao lado norte-americano para desistirem de sua mentalidade de soma zero, abandonar práticas erradas como a "jurisdição de braço longo" e para não abusar do conceito de segurança nacional para interferir na normalidade da atividade comercial entre os dois países.

A China e os Estados Unidos devem desenvolver boas relações com todos os países da Ásia-Pacífico e ter amigos em comum, disse Yang, acrescentando que é assim que o mundo funciona no século XXI.

Observando que Taiwan, Hong Kong e Xinjiang são partes inalienáveis da China, Yang disse que Beijing se opõe firmemente à interferência nos seus assuntos internos.

“Os Estados Unidos não estão qualificados para falar com a China de maneira condescendente, e o povo chinês não aceitará isso”, acrescentou, vincando que o respeito mútuo deve prevalecer e que a história provará que aqueles que procuram neutralizar a China acabam por sofrer no final.

Ele disse que muitas conquistas foram feitas desde a "quebra do gelo" entre os dois países, através do esforço conjunto de pessoas com visão de ambos os lados.

Segundo ele, ainda que a atual situação internacional tenha testemunhado grandes mudanças, no novo enquadramento, os dois países devem fortalecer a comunicação mútua, administrar adequadamente as diferenças, se esforçar para promover a cooperação e evitar o confronto.

Houve uma era de confronto entre China e Estados Unidos, a qual a China superou, disse Yang, acrescentando que os fatos provam que o confronto não traz benefícios para os Estados Unidos.

Ele também observou que Xi apontou que a China e os Estados Unidos devem se comprometer com o não conflito, o não confronto, o respeito mútuo e a cooperação ganha-ganha, palavras corroboradas por Biden.

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