O parlamento português aprovou na sexta-feira a legalização da eutanásia "praticada ou auxiliada por profissionais de saúde" no país com 136 votos de deputados a favor e 78 contra, além de quatro abstenções.
Segundo o projeto de lei, uma pessoa maior de 18 anos pode ser medicamente assistida em óbito "cuja vontade seja atual e reiterada, séria, livre e esclarecida, em situação de sofrimento intolerável, com lesão definida de extrema gravidade de acordo com consenso científico ou doença incurável e fatal".
O projeto, que também garante que médicos e enfermeiras possam se recusar a auxiliar na eutanásia por "objeção de consciência", agora vai para o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que pode vetar, encaminhá-lo ao Tribunal Constitucional ou mesmo promulgar diretamente.
Portugal se tornará o quarto país da Europa e o sétimo do mundo a legalizar a eutanásia se o presidente promulgar esta lei.
Representando a Igreja Católica, a maior religião organizada do país, a Conferência Episcopal Portuguesa protestou contra a aprovação da eutanásia no parlamento.
Além dos católicos, 12 instituições privadas de saúde pediram uma intervenção do presidente para impedir a legalização da eutanásia.
"Em um momento em que milhares de pessoas, inúmeras instituições, em um enorme esforço cotidiano, cuidam dos doentes, vulneráveis e frágeis, dando tudo para salvar vidas, a aprovação da eutanásia representa o desrespeito por todas estas pessoas", afirmou uma nota enviada pelo movimento "Pare a Eutanásia" aos repórteres.