Por Zhao Beijia, Diário do Povo

Uma sexagenária exibe um vídeo no celular, na biblioteca da comunidade de Xinsheng do distrito de Hanjiang, cidade de Yangzhou, província de Jiangsu. Zhuang Wenbin / Diário do Povo Online

Uma sala de tênis de mesa e uma sala de karaokê no primeiro andar, uma sala de dança, boliche e bilhar no segundo andar e uma sala de badminton no terceiro andar... Não se trata de um ginásio, mas de um lar de idosos localizado em Wangjing, em Beijing.

"O local é bom, os preços são razoáveis, dá para almoçar, e tem alguém para ensinar a praticar esportes, o que é muito conveniente. Eu costumo vir até aqui exercitar", afirmou Li Fanglan, uma sexagenária de Beijing.

Na China, são cada vez mais os idosos, como Li Fanglan, a participar ativamente em várias atividades culturais e esportivas após a aposentadoria.

Ao contrário do estereótipo de "sentar em uma cadeira de baloiço", a aposentadoria de hoje é muito emocionante.

"À medida que o sistema de segurança para idosos da China é gradualmente aprimorado, o conforto material dos idosos é garantido, dando espaço a mais necessidades espirituais e culturais". Li Jing, diretor do Instituto de Sociedade e Cultura Senior do Centro de Pesquisa para o Envelhecimento da China, disse que atualmente, mais de metade dos idosos têm entre 60 e 69 anos. Seu nível de renda é relativamente alto, têm pensões, poupanças e realizam diversas atividades de lazer. Os "novos cidadãos seniores" desejam participar de atividades culturais mais amplas, adquirir produtos culturais de alta qualidade e desfrutar de serviços mais personalizados. Ao mesmo tempo, a maioria deles aprendeu a usar computadores e smartphones e é capaz de aceitar novos conceitos como pagamentos eletrônicos, compras online e redes sociais. Deste modo, a tendência do futuro da indústria cultural se tornará cada vez mais óbvia.

Durante a luta contra a pandemia em março de 2020, a Associação Chinesa de Universidades para Idosos abriu plataformas de aprendizagem online gratuitas para as universidades seniores de todo o país. Depois que o programa "Universidade Online para Idosos" e a APP foram lançados, fizeram furor entre os alunos. O número total de usuários ultrapassou um milhão em 2 meses, e o tempo médio de estudo foi de 21 minutos por sessão. Entre eles, os cursos mais bem classificados - "Tutorial de Canto", "Combinação de Vestuário", "Noções Básicas de Medicina Chinesa", "Tutorial de Órgão Eletrônico", "Tutorial de Hulusi", etc., foram vistos mais de 2 milhões de vezes. Uma aluna de 61 anos de Wuhan aprendeu mais de 160 cursos online por meio do miniprograma online da universidade para idosos.

Ma Jun, que mora no distrito de Dongcheng, Beijing, cumpre 65 anos este ano. Ela gosta de usar seu smartphone para tirar fotos no dia-a-dia. Depois de retocar meticulosamente a imagem e partilhá-la no WeChat, as curtidas e repostagens de seus amigos a deixaram feliz. O marido de Ma Jun disse aos repórteres que estava ouvindo audiolivros em seu aplicativo móvel recentemente. "Não tinha estas condições quando era jovem. Agora que estou velho, posso aproveitar o bônus da tecnologia. É como se voltasse a ser jovem. Embora haja uma taxa, é muito conveniente!”.

"Os meus amigos de 60 anos preferem economizar dinheiro em outras áreas, mas também reservam uma parte do orçamento para consumo cultural, como viagens e leitura". Yu Hai, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Fudan, disse: "Os idosos encaram a qualidade de vida como os jovens, eles estão dispostos a investir”.

Como a indústria cultural está ainda a explorar esta faixa etária, existem problemas como regulação e supervisão de mercado. E Junyu, presidente da Beijing Anxin Pension (Group) Industrial Investment Co., Ltd., apontou: "No futuro, o desenvolvimento da indústria da Internet na China dará origem a inúmeros produtos e serviços culturais de alta qualidade para os idosos, estabelecendo uma combinação entre o online e o offline".