Opinião: exército dos EUA ameaça paz e segurança mundial

Fonte: Diário do Povo Online    13.11.2020 10h30

Cui Yue

No debate geral do Comitê de Desarmamento e Segurança Internacional da 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas, um representante dos Estados Unidos difamou por uma vez mais a China devido à pandemia do novo coronavírus, alegando que a paz e a segurança internacionais estão seriamente ameaçadas pelo desenvolvimento dos armamentos nucleares russo e chinês.

Este é obviamente “um caso típico de acusar outros pelos próprios atos", pois os EUA são a ameaça principal à segurança e estabilidade globais.

Desde que Trump chegou ao poder, os EUA passaram a estar engajados no unilateralismo em nome da "segurança nacional", ignorando seus compromissos internacionais e, frequentemente, "quebrando contratos". No âmbito militar, os EUA se retiraram do “ Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário” e do “Plano de Ação Conjunto Abrangente” , revogaram a sua inclusão no “Tratado sobre Comércio de Armas” e consideram apenas os seus próprios interesses no sistema de tratado de controle de armas multilateral e bilateral.

Sob o contexto do "Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas", os EUA atrasaram e responderam negativamente aos pedidos da Rússia para renovação do acordo. De acordo com os dados do Departamento de Estado dos EUA, de 1º de setembro de 2019 a 1º de março de 2020, a Rússia reduziu o seu arsenal em 100 ogivas nucleares, enquanto os Estados Unidos reduziram em apenas três. A comparação é óbvia e também expõe a falta de sinceridade dos EUA.

Deixaram de haver restrições ao lançamento de mísseis de médio e de curto alcance, empurrando o mundo para uma situação perigosa, onde os dois maiores arsenais nucleares podem ficar sem restrições pela primeira vez em quase meio século. Tudo isso é culpa dos EUA.

Para atender às ambições constantes do aumento do contingente militar, os EUA aumentaram continuamente o seu orçamento de defesa. Em 2019, o orçamento militar americano atingiu mais de 700 bilhões de dólares, respondendo por quase 40% dos gastos militares totais do mundo, excedendo os gastos militares totais dos 10 países seguintes. Tudo isso não foi suficiente para satisfazer a ambição dos Estados Unidos, e foi inclusive pedido aos seus aliados custos de proteção mais altos para sustentar os seus próprios militares e avançar na nuclearização.

No início de 2020, o governo dos EUA propusera o plano fiscal total de 705,4 bilhões de dólares ao Ministério da Defesa para o ano fiscal de 2021, dos quais a aplicação da modernização da energia nuclear chegou aos 28,9 bilhões de dólares. De acordo com o relatório da " Campanha Internacional de Abolição de Armas Nucleares ", uma organização não governamental, os gastos nucleares totais de 9 países com armamento nuclear no mundo em 2019 foram 72,9 bilhões de dólares, enquanto os EUA gastaram aproximadamente 35,4 bilhões de dólares, quase metade dos gastos mundiais - um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior.

Porque não hesitam em aumentar os gastos militares por meio de empréstimos? Porque possuem o maior e mais avançado arsenal nuclear do mundo, e pretendem continuar a fortalecê-lo? É claro que tudo isso excede em larga medida as necessidades de salvaguarda da segurança nacional. Essas ações darão, certamente, início à corrida internacional às armas e acelerará os desequilíbrios estratégicos globais.

Além de desrespeitarem as regras e gerarem o pânico, os EUA também são um país "amante da guerra". Por apenas 16 anos os EUA não se envolvem na guerra nos 240 anos desde sua fundação, sendo o país "mais combativo da história mundial".

Qualquer motivo pode ser um motivo para os EUA intervirem. Até Trump revelou a verdade que o Iraque não possui armas de destruição, mas os EUA lançaram uma guerra sob esse pressuposto. Desde 2001, as operações militares dos EUA contra o Iraque, Líbia, Síria e outros países causaram mais de 800.000 mortes e dezenas de milhões de pessoas deslocadas.

Na "Caixa de Pandora" dos EUA, as ameaças são muito mais do que estas: posicionamento da China e da Rússia como competidores estratégicos e reconquistar a mentalidade da Guerra Fria; busca de um padrão duplo na não proliferação nuclear e envolvimento em manipulação política; implantação de sistemas anti-míssil na Ásia-Pacífico e na Europa Central e Oriental para quebrar o equilíbrio estratégico; oposição à " Convenção sobre as Armas Biológicas "; atraso da destruição de armas químicas por diversas vezes; construção de uma matriz na tentativa de dominar o ciberespaço ...

A paz e o desenvolvimento são os temas desta era. No contexto da construção de um novo tipo de relações internacionais baseadas no respeito mútuo, equidade, justiça, cooperação ganha-ganha e uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, os EUA persistiram no caminho do unilateralismo e buscaram a "segurança absoluta" para si próprios, fortalecendo a hegemonia militar para a dominação do mundo.

Será a instabilidade de outros países a "paz mundial" alegada pelos EUA? 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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