Opinião: supressão econômica estadunidense prejudica o mundo

Fonte: Diário do Povo Online    11.11.2020 10h15

Por Gao Ge

Alguns políticos americanos têm repetidamente designado os Estados Unidos de "maior país do mundo", mas outros países parecem não querer acompanhá-los neste devaneio egocêntrico.

De acordo com uma pesquisa realizada em setembro em 13 países pelo Pew Research Center, apenas 41% dos britânicos têm uma atitude positiva em relação à imagem dos EUA: o nível mais baixo de sempre registrado pela instituição no Reino Unido. Na França, a proporção é de 31%, sendo o valor mais baixo desde 2003, enquanto que na Alemanha é de apenas 26%.

Nos últimos anos, a reputação dos Estados Unidos tem decaído, sendo inseparável da sua “diplomacia de sanções", a qual tolhe o desenvolvimento da economia mundial.

De acordo com estatísticas do escritório de advocacia Gibson, Dunn & Crutcher LLP, somente entre 2017 e 2019, o governo dos EUA impôs mais de 3.200 sanções a entidades e indivíduos estrangeiros. Esses países incluem o Irã, Cuba e Venezuela, já há muito alvo de censuras.

Pode aduzir-se que os Estados Unidos são a maior ameaça à segurança da economia global.

Em junho deste ano, o presidente iraniano Hassan Rouhani afirmou que o Irã está atravessando o seu ano mais difícil devido às sanções e à pandemia de Covid-19. Os Estados Unidos se recusaram a interromper as sanções, mesmo quando o PIB do Irã caiu em 27%. O presidente americano Trump também não está disposto a remover a máscara da hipocrisia, alegando que "espero que o Irã se torne um grande país".

Além do Irã, os EUA impõem sanções a Cuba há 60 anos, o que fez com que a economia deste país não tenha conseguido se integrar no mundo e seu desenvolvimento seja comprometido. A Venezuela também está sofrendo com as sanções americanas.

Enquanto impõem as sanções a países "hostis" como o Irã e a Venezuela, os "tentáculos da jurisdição" dos EUA nunca abandonaram a mentalidade de hegemonia global. A Alstom, uma famosa empresa industrial da França, foi "desmembrada" pelos Estados Unidos. No século passado, o Japão também foi suprimido durante o famoso "Incidente Toshiba". Ao longo dos anos, vários países foram alvo dos tentáculos americanos, sendo que as perdas são do conhecimento geral.

Nos últimos anos, os EUA têm expandido o escopo da sua influência para abranger delitos civis, investimentos financeiros, controle de exportações, segurança de redes, entre outros, exigindo que entidades ou indivíduos de países terceiros obedeçam às leis americanas em assuntos internacionais, sob pena de serem sancionados a qualquer momento.

Os Estados Unidos abusam arbitrariamente dessa influência e colocam seus próprios interesses acima dos outros países, prejudicando as normas internacionais de igualdade soberana das nações e pondo em risco a estabilidade e a segurança das cadeias de fornecimento e de valor globais.

Além da “diplomacia sancionatória", os EUA impõem também “medidas tarifárias”: mantêm uma tarifa de 15% em aeronaves civis do grupo francês Airbus; tarifas de 10% sobre alguns produtos de alumínio exportados do Canadá para o país; aplicam sanções a duas empresas dos Emirados Árabes Unidos por apoiarem companhias aéreas iranianas e congelam seus ativos nos EUA...

Os Estados Unidos impõem tarifas para interferir no comércio de importações e exportações, chantageiam outros países por intermédio da sua hegemonia financeira, controlam fluxos de capital, congelam ativos e reservas de moeda estrangeira no país, prejudicando seriamente o desenvolvimento da economia e do comércio mundiais.

De acordo com o relatório trimestral do "Global Trade Update", divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, o volume do comércio global caiu em 5% no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado.

A economia dos EUA representa cerca de um quarto do PIB global, e qualquer ação econômica do país faz agitar ondas na economia mundial. Hoje em dia, a enorme dívida dos Estados Unidos ultrapassou a escala de sua economia, o que não só lança uma sombra sobre as perspetivas da economia americana, mas também se torna um dos fatores que ameaça a estabilidade da economia mundial.

O que é mais preocupante é que a epidemia de Covid-19 nos Estados Unidos não foi devidamente controlada, com mais de 9 milhões de casos confirmados e mais de 230.000 mortes. A perda de empregos provocada pela epidemia levará à redução dos gastos dos consumidores, o que originará a queda de importações e, por sua vez, terá um impacto negativo na economia mundial. Mesmo sendo esse o caso, o chefe de gabinete da Casa Branca afirmou que "não vamos controlar a epidemia", mas optamos por esperar por vacinas e outros tratamentos. Essas declarações irresponsáveis perante os próprios cidadãos e o mundo são chocantes.

A economia mundial deve ser mutuamente benéfica e uma cooperação ganha-ganha. Os Estados Unidos provocaram atritos econômicos e comerciais internacionais com seu domínio comercial, infringiram os interesses de outros países com o seu unilateralismo e hegemonia, causando grande perdas econômicas e colocando em risco a economia global. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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