Chefe da ONU lança "apelo à ação" para impulsionar papel das mulheres nos esforços de paz

Fonte: Xinhua    10.10.2020 16h12

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou na quinta-feira um "apelo à ação" para aumentar a participação das mulheres nos esforços de paz.

Ele convidou os governos, o sistema da Organização das Nações Unidas, as organizações regionais, as organizações da sociedade civil, a academia e a comunidade internacional mais ampla a tomarem medidas ousadas para traduzirem em realidade os compromissos com a participação igualitária das mulheres nos processos de paz.

Guterres lançou seu apelo após uma reunião sobre a questão das mulheres, paz e segurança em contextos de manutenção da paz.

Ele pediu uma ação para priorizar a liderança das mulheres, para investir em redes de mulheres baseadas na comunidade, para abraçar a tomada de decisões baseada em evidências por meio de uma revolução de dados de gênero e para adotar uma abordagem feminista para acelerar a participação plena, igual e significativa das mulheres.

"Hoje, vamos ser claros, a liderança das mulheres é uma causa. Devemos torná-la uma norma", disse ele. "É assim que transformaremos a paz e a segurança internacionais. E é assim que construiremos um futuro pacífico e igualitário, que se mostrou tão elusivo em todos os esforços que estamos fazendo, ou seja, para implementar um cessar-fogo global".

"Esse é, eu acho, nosso dever compartilhado, nosso caminho comum. Dia após dia, ano após ano, estamos pagando um preço por causa de nossos próprios preconceitos e por causa da discriminação que existe. E precisamos ser capazes de fazermos melhor. E depende de nós que isso aconteça", afirmou ele.

Durante a discussão na reunião, Guterres disse que a participação plena, igualitária e significativa das mulheres para alcançar e sustentar a paz é essencial para uma manutenção da paz bem-sucedida.

Em situações de conflito, geralmente são as mulheres que negociam a paz nos níveis da comunidade. No entanto, as mulheres continuam sendo ativamente marginalizadas quando esses processos passam para os níveis nacional e internacional, disse ele.

Os dados até 2018 mostram que, globalmente, as mulheres constituíam apenas 13 por cento dos negociadores, 3 por cento dos mediadores e 4% por cento dos signatários, observou ele. "As mulheres continuam tendo que lutar para que suas vozes sejam ouvidas, apesar das muitas evidências sobre a correlação entre a participação das mulheres e a sustentabilidade da paz".

Embora a Organização das Nações Unidas tenha trabalhado incansavelmente para fazer avançar a agenda das mulheres, paz e segurança, o progresso continua lento devido a retrocessos políticos, falta de investimento em organizações de direitos das mulheres e mentalidades enraizadas e domínio masculino, disse ele. "Isso deve mudar".

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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