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China e França concordam em promover cooperação para dar exemplo de relacionamento entre grandes países

Fonte: Xinhua    31.08.2020 08h27

A China e a França devem atualizar a cooperação bilateral para estabelecer um exemplo de interações positivas, benefício mútuo, resultados ganha-ganha e relações amistosas entre grandes países, disse neste sábado em Paris o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.

Lidar com a pandemia de COVID-19 e seu severo impacto no mundo exige solidariedade, afirmou Wang ao conversar com o ministro francês para os Assuntos Europeus e Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

Wang lembrou que, desde o surto do vírus, o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, tiveram quatro conversas telefônicas, enquanto os ministros das Relações Exteriores dos dois países se falaram sete vezes. Chineses e franceses têm se apoiado e se ajudado.

"Isso prova que a solidariedade e a cooperação são as armas mais poderosas para derrotar a pandemia", disse ele.

Wang também observou que sua visita à França durante sua primeira viagem ao exterior sob a situação de prevenção e controle regulares da COVID-19 mostra totalmente a importância que a China dá à França como um grande país independente e à União Europeia (UE) como um pólo importante do mundo.

A China está disposta a trabalhar com a França para buscar laços bilaterais mais fortes, promover ainda mais a cooperação China-UE e garantir o multilateralismo de forma mais eficaz, assinalou Wang.

"As relações China-França, como uma das relações mais estáveis e sólidas entre os principais países do mundo atual, que passa por mudanças raramente vistas em um século, têm um significado global ainda mais proeminente", disse ele.

Ambos os lados devem, sob a orientação da diplomacia de chefes de Estado, desempenhar plenamente o papel das relações China-França na promoção das relações entre a China e os países ocidentais, a fim de dar um exemplo de interação positiva entre os principais países, afirmou Wang.

"Devemos promover a melhoria da qualidade e a atualização da cooperação bilateral impulsionada pela cooperação em projetos de grande escala, a fim de estabelecer um exemplo de benefício mútuo e resultados ganha-ganha entre os principais países", acrescentou.

Ambos os lados devem considerar a cooperação em inovação como um avanço, promover as cooperações em áreas como cidades inteligentes, veículos elétricos, agricultura orgânica e alimentos, ciência e tecnologia financeiras e economia digital e, em conjunto, fornecer um ambiente de negócios justo, aberto e não discriminatório para as empresas de ambos os lados, de modo a criar um exemplo para que os principais países busquem um futuro comum, disse Wang.

Ele também pediu que os dois países, sob a bandeira do multilateralismo, se apoiem mutuamente, garantindo o sucesso da 15ª reunião da Conferência das Partes (COP 15) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em Kunming e do Congresso Mundial de Conservação em Marselha, e façam mais cooperação tripartida ao longo dos dois temas principais da luta contra a pandemia e do desenvolvimento, de forma a criar um exemplo de países grandes que beneficiam o mundo inteiro.

Com base no princípio de buscar terrenos comuns ao reservar diferenças, Wang acrescentou que "devemos respeitar a escolha no caminho de desenvolvimento, os interesses centrais e as principais preocupações do outro, de modo a dar o exemplo de relações amigáveis entre os principais países".

Sobre as relações China-UE, o ministro das Relações Exteriores chinês enfatizou que não existe conflito fundamental de interesses entre as duas partes. "Nossos interesses comuns superam as diferenças", disse ele.

Num cenário de crescente incerteza no mundo, a China e a UE devem fortalecer a solidariedade e a cooperação, injetar mais elementos de estabilidade no mundo, manter a segurança e a estabilidade internacionais e promover o desenvolvimento e a prosperidade de todos os países, segundo Wang.

A China está disposta a trabalhar com a UE para promover a próxima fase de intercâmbios políticos para alcançar resultados positivos, concluir as negociações do acordo de investimento China-UE neste ano, tomar medidas concretas para salvaguardar o multilateralismo e o sistema de comércio livre e resistir ao unilateralismo e ao protecionismo, adicionou.

De sua parte, Le Drian destacou que as relações França-China são muito estreitas e que a cooperação entre os dois países mostra um bom momento de desenvolvimento.

Ele expressou seu agradecimento pela assistência da China à França no combate à pandemia da COVID-19, dizendo que a França está disposta a aprofundar a cooperação mutuamente benéfica em várias áreas com a China.

Os dois lados podem promover em conjunto a cooperação na pesquisa e desenvolvimento de vacinas, garantir que as vacinas se tornem um produto público global, apoiar a Organização Mundial da Saúde no cumprimento de suas obrigações e melhorar sua eficiência, disse ele.

A França espera aprofundar o diálogo e a cooperação com a China em áreas como inteligência artificial, veículos elétricos, energia limpa e agricultura ecológica, observou o chanceler francês.

Prometendo que a França trabalhará com a China para garantir o sucesso da CBD-COP 15 e do Congresso Mundial de Conservação, ele disse que ambos os lados devem fortalecer a cooperação em mudanças climáticas, promover conjuntamente o desenvolvimento da economia digital global e desempenhar um papel exemplar na defesa do multilateralismo .

A França dá grande importância às relações UE-China e está disposta a trabalhar com a China para promover os intercâmbios políticos na próxima fase e chegar a um acordo de investimento UE-China o mais cedo possível, disse Le Drian.

Os dois ministros também trocaram pontos de vistas de maneira aprofundada sobre assuntos internacionais e regionais de interesse comum e concordaram que manter e praticar o multilateralismo é sua responsabilidade comum e maior prioridade.

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