Bolsonaro critica o confinamento em massa de pessoas para combater a Covid-19

Fonte: Xinhua    25.03.2020 14h26

Rio de Janeiro, 24 mar (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, criticou na terça-feira o confinamento em massa das pessoas como forma de conter a Covid-19 e acusou os meios de comunicação de semear "pavor" e "histeria" com relação ao vírus.

Em pronunciamento transmitido por rádio e televisão para todo o país na noite desta terça-feira, Bolsonaro contrariou as autoridades sanitárias e médicas do país e de todo o mundo que pedem o isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus.

"O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, como proibição de transporte, fechamento de comércio e confinamento em massa, "criticou.

Para Bolsonaro, "o que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?" perguntou.

O presidente brasileiro afirmou que "há raros casos fatais de pessoas sãs, com menos de 40 anos de idade. 90% de nós não teremos qualquer manifestação caso se contamine. Devemos, sim, é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial aos nossos queridos pais e avós. Respeitando as orientações do Ministério da Saúde."

"No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha", enfatizou.

O presidente brasileiro criticou os meios de comunicação, aos quais acusou de espalhar "pavor" e provocar "histeria" no país com a cobertura da doença.

"Grande parte dos meios de comunicação foram na contramão. Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro chefe o anúncio de um grande número de vítimas na Itália, um país com grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso. Um cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país", afirmou.

"Contudo, percebe-se que, de ontem para hoje, parte da imprensa mudou seu editorial. Pedem calma e tranquilidade. Isso é muito bom. Parabéns, imprensa brasileira. É essencial que o equilíbrio e a verdade prevaleça, entre nós", acrescentou.

Brasil é o país da América Latina mais afetado pela Covid-19. Segundo o balanço divulgado terça-feira pelo Ministério da Saúde, os casos confirmados subiram para 2.201 e já ocorreram 46 mortes. 

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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