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Chefe da OMS diz que proibições de viagens generalizadas não são necessárias para combater vírus

Fonte: Diário do Povo Online    04.02.2020 10h37

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde Tedros Adhanom Ghebreyesus fala durante uma conferência de imprensa após uma reunião do Comitê de Emergência sobre o novo coronavírus (2019-nCoV) em Genebra, Suíça, em 30 de janeiro, 2020. [Foto/Agências]

O chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS) disse na segunda-feira (3) que não havia necessidade de medidas que "interferissem desnecessariamente em viagens e comércio internacionais" na tentativa de parar a propagação do novo coronavírus que matou 361 pessoas na China, além disso, ele elogiou os esforços da China para contê-lo.

"Apelamos a todos os países para que implementem decisões baseadas em provas e consistentes", Tedros Adhanom Ghebreyesus disse ao Conselho Executivo da OMS em Genebra, reiterando a sua mensagem da semana passada quando declarou uma emergência internacional.

Tedros disse que a China estava usando a estratégia certa de concentrar seus esforços nos lugares mais atingidos e retardar a propagação, que ele descreveu como "pequena".

A China está "protegendo o povo chinês e protegendo o resto do mundo", disse ele. Por causa desta estratégia e se não fosse pela China, o número de casos fora da China teria sido muito maior."

"Não há razão para pânico agora", disse ele. As chances de contrair o vírus em qualquer lugar fora da China são muito baixas, e mesmo na China, quando você vai para outras províncias, são muito baixas."

Referindo-se à propagação do vírus no exterior, Tedros disse que era "mínima e lenta", advertindo, no entanto, que poderia piorar.

O delegado da China tomou a palavra no Conselho Executivo da OMS e denunciou medidas de "alguns países" que negaram a entrada de pessoas com passaportes emitidos na província de Hubei --no centro do surto -- e por negar vistos e cancelar voos.

"Todas estas medidas são seriamente contra a recomendação da OMS", afirmou Li Song, que é embaixador da China no desarmamento nas Nações Unidas em Genebra.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hua Chunying acusou os EUA de catalisar o medo público em torno do coronavírus através de suas evacuações de cidadãos americanos da China e do banimento de viajantes chineses para o país.

Um porta-voz da OMS disse na segunda-feira que a organização poderia levar uma equipe de especialistas à China tão cedo quanto esta semana para investigar o surto do novo coronavírus.

"Uma missão multidisciplinar de especialistas internacionais para a China terá lugar, possivelmente esta semana. Tanto a China como a OMS concordaram nesta missão", confirmou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

"A missão é uma missão técnica internacional liderada pela OMS. Como tal, o CCPD poderia fazer parte disso", disse ele, referindo-se aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Os peritos teriam uma série de especializações, incluindo epidemiologia, laboratórios, investigação e desenvolvimento, e trabalhariam com contrapartes chinesas para ajudar a orientar os esforços de resposta global, afirmou ele.

Colin McIff, um oficial sênior do Departamento de Saúde dos EUA, disse à Reuters em Genebra, na segunda-feira (3), na sede da OMS, que "as conversas estão em andamento" sobre especialistas médicos americanos que se juntam à missão técnica liderada pela OMS.

Houve 17.238 infecções confirmadas na China, incluindo 361 mortes, bem como casos confirmados em 23 países e 1 morte relatada das Filipinas no domingo (2), Tendros acrescentou.

Os Estados Unidos registraram seu 11º caso do coronavírus, com um casal do centro da Califórnia adoecendo após a viagem do marido para a província de Hubei, China, epicentro do surto.

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