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Trump torna-se terceiro presidente dos EUA a ser alvo de impeachment

Fonte: Diário do Povo Online    19.12.2019 16h19

O presidente dos EUA, Donald Trump, assiste a um comício em Battle Creek, Michigan, EUA, a 18 de dezembro de 2019.

Donald Trump tornou-se no terceiro presidente dos EUA a ser impugnado, na quarta-feira, tendo sido acusado na Câmara dos Representantes de abuso de poder e obstrução do Congresso.

A aprovação de dois artigos de impeachment pela Câmara, liderada pelos democratas, em uma votação maioritariamente partidária, prepara o terreno para um julgamento no próximo mês no Senado, controlado pelos republicanos - um terreno mais amigável para Trump - sobre a condenação e destituição do cargo.

O artigo sobre abuso de poder foi aprovado com 230 votos a favor e 197 contra. O artigo sobre obstrução ao Congresso foi aprovado com 229 votos a favor e 198 contra.

Nos 243 anos de história dos Estados Unidos, nenhum presidente foi destituído do cargo por impeachment. Isso exigiria uma maioria de dois terços no Senado, com 100 membros, o que significa que pelo menos 20 republicanos teriam que se juntar aos democratas na votação contra Trump - e nenhum indicou que o fará.

Trump, que pretende outro mandato de quatro anos nas eleições presidenciais de novembro de 2020, qualificou o impeachment como "tentativa de golpe" pelos democratas, que buscam anular sua vitória nas eleições de 2016. O principal republicano do Senado, Mitch McConnell, previu que "não há chance" de que sua câmara remova Trump quando ele for julgado.

O primeiro artigo de impeachment acusa Trump, de 73 anos, de abusar de seu poder ao pressionar o presidente ucraniano a investigar o seu rival político Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação presidencial democrata para 2020.

O presidente dos EUA, Donald Trump, desembarca do Air Force One ao chegar ao Aeroporto W.K. Kellogg, em Battle Creek, Michigan, EUA, a 18 de dezembro de 2019.

O segundo artigo acusa Trump de obstrução do Congresso, ordenando que oficiais administrativos e agências não cumpram as intimações legais da Câmara por testemunhos e documentos relacionados ao impeachment.

Trump negou quaisquer irregularidades e apelidou o inquérito de impeachment, lançado pela presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, em setembro, de "caça às bruxas".

Durante um debate de um dia antes da votação, Pelosi leu o Juramento de Fidelidade dos EUA e disse: "Estamos aqui para defender a democracia para o povo".

"Se não agirmos agora, estaríamos abandonando o nosso dever. É trágico que as ações imprudentes do presidente tornem o impeachment necessário", disse Pelosi.

À medida que o debate se desenrolava, Trump chamou o processo de "assalto à América" e ao seu partido no Twitter. Na Câmara, os republicanos acusaram os democratas de tentar usar um processo injusto e fraudulento para anular as eleições de 2016.

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