BRICS podem liderar o desenvolvimento mundial, defende enviado na ONU

Fonte: Diário do Povo Online    14.11.2019 09h53

Jorge Chediek, diretor do gabinete das Nações Unidas para a Cooperação Sul-sul e enviado do secretário-geral para essa cooperação

O enviado para a cooperação sul-sul na ONU disse acreditar que as nações do BRICS, com uma voz mais forte na reforma da governança global, se tornaram um sólido motor para os países em desenvolvimento.

“Os BRICS têm a capacidade de providenciar uma voz forte para o mundo em desenvolvimento”, disse Jorge Chediek, diretor do gabinete das Nações Unidas para a Cooperação Sul-sul e enviado do secretário-geral para essa cooperação.

Ele foi entrevistado pelo China Daily em Nova Iorque poucos dias antes da 11ª Cúpula dos BRICS, no Brasil.

Chediek indicou que as economias do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representam juntas cerca de 43% da população mundial, 30% do seu território, 23% do PIB mundial e 18% do comércio global.

“À medida que a sua fatia de poder econômico e político a nível mundial continua aumentando, o mesmo acontece com seus interesses coletivos... na forma como os sistemas globais evoluem e se transformam”, disse.

Chediek referiu que a coordenação de posições dos BRICS em várias questões socioeconômicas e de segurança bem como entreajuda em instituições multilaterais são essenciais para assegurar reformas significativas para um sistema global mais justo e reflexivo sobre as aspirações e necessidades do mundo em desenvolvimento.

Enquanto bloco de economias em desenvolvimento, as nações do BRICS estão comprometidas com o aprofundamento da cooperação, não só entre elas, mas também com o hemisfério sul, disse Chediek.

“A existência do grupo é, em si, um exemplo da cooperação sul-sul, à medida que os países membros cooperam dentro dos seus parâmetros, designadamente o benefício mútuo, não-interferência e respeito pelas diferentes prioridades nacionais – igualdade e não-condicionalismo”, afirmou.

O enviado enfatiza que as nações do BRICS estão profundamente focadas na cooperação sul-sul, triangular, e entre elas próprias. “A China fez contributos notáveis e históricos”, salientou.

“A China incrementou a cooperação generosa em vários âmbitos, com contributos financeiros e técnicos a outros países em desenvolvimento”, informou.

“E através da iniciativa do Cinturão e Rota, a China, sob a liderança do presidente Xi Jinping, propôs um enquadramento para partilhar com o mundo uma visão aberta de desenvolvimento com base na integração econômica, regida por uma filosofia de benefício mútuo e contactos estreitos entre pessoas”, prosseguiu.

Na cúpula, os líderes das 5 nações deverão revelar oportunidades de desenvolvimento de parques e incubadoras tecnológicos, além do treinamento de investigadores.

Prevê-se também que decisões venham a ser tomadas sobre a cooperação para conter a corrupção e combater o terrorismo, desenvolver medicamentos contra a tuberculose, e promover a amamentação no combate a doenças.

“Além disso, o compromisso com o multilateralismo e com o sistema internacional, centrado nas Nações Unidas, constitui um objetivo comum do grupo, e esperamos verificar uma forte confirmação nesse sentido”, concluiu.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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