China relembra a memória da guerra para demonstrar força

Fonte: Diário do Povo Online    18.09.2019 15h19

As sirenes de ataque aéreo mais uma vez soaram em Shenyang às 9:18 da manhã desta quarta-feira, na 25ª vez que a cidade do nordeste da China na província de Liaoning comemoraram o dia com o alarme.

Este ano marca o 88º aniversário do "incidente de 18 de setembro", o início da invasão japonesa da China.

No início da manhã, cidadãos e representantes de várias esferas sociais se reuniram no Museu Histórico 9.18 para prestar homenagem.

Há oitenta e oito anos atrás, em 1931, as tropas japonesas explodiram uma seção de ferrovias sob seu controle perto de Shenyang e acusaram os soldados chineses de sabotagem como pretexto para o ataque. Eles bombardearam quartéis chineses perto de Shenyang na mesma noite, iniciando uma invasão em grande escala do nordeste da China.

O incidente de 18 de setembro é uma cicatriz profunda cravada no coração do povo chinês, disse Wang Jianxue, um especialista em história chinesa moderna.

A China caiu em um de seus períodos mais escuros da história daquele dia. Diversos crimes foram cometidos, e inúmeras tragédias foram causadas pelos fascistas japoneses nos 14 anos seguintes.

"Celebramos a guerra em prol da paz", disse Fan Lihong, curador do Museu Histórico 9.18. Fan afirmou que o número de visitantes aumentou para quase 10,000 todos os anos durante um dia de funcionamento.

O museu recebeu um total de 203 itens doados recentemente relacionados à guerra na segunda-feira (16). Montado em 1991, o museu agora abriga mais de 10,000 exposições.

Os visitantes recordam o passado difícil e tiram força dos heróis de guerra. Mais de 35 milhões de soldados e civis chineses sofreram morte ou ferimentos antes de ganhar a guerra.

Yang Jingyu é um conhecido herói anti-japonês entre muitos chineses. Ele foi enviado para o nordeste da China para combater as tropas japonesas em 1932. Ele lutou até o fim e morreu no campo de batalha em 1940.

Um oficial militar japonês, querendo saber por que um homem como ele poderia lutar tão destemidamente, dissecou seu corpo e não encontrou nada além de raízes e fibra de algodão em seu estômago.

Ma Jimin, neto de Yang, disse que sua família ainda mantém um pedaço de casca de bétula embrulhado em um pano vermelho, que foi um presente dos companheiros de guerra de Yang quando seus pais visitaram Harbin em 1953.

Bétula cresce no nordeste da China. Soldados, incluindo o meu avô, comeram casca de bétula para saciar a fome para que pudessem continuar a lutar", disse Ma.

Meng Xiande, um soldado de 102 anos, faleceu na semana passada.

Meng Yongjun, filho de Meng, disse que todos os anos quando o dia 18 de setembro se aproximava, seu pai ficava perguntando: "É o dia? Vamos ouvir a sirene em breve?"

"Meu pai sempre disse que não era sábio esquecer a dor uma vez que a ferida foi curada.Temos de nos lembrar dessa história ", disse ele.

Este ano também marca o 70º aniversário da fundação da República Popular da China, o que torna ainda mais significativo recordar as dificuldades sofridas e a guerra que foi travada.

Uma China mais forte é mais capaz de manter a paz, disse Zhang Haipeng, um estudioso da Academia Chinesa de Ciências Sociais. Embora a China tenha feito grandes feitos, ela ainda enfrenta riscos e desafios."

Wang disse que a história anti-guerra é um livro de onde o povo chinês pode tirar sabedoria e espírito para superar dificuldades.

(Web editor: Renato Lu, editor)

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos