As autoridades em Shanghai emitiram as primeiras licenças na segunda-feira para realizar testes operacionais de veículos inteligentes e conectados, naquela que é a mais recente medida chinesa de aceleração da comercialização desta nova tecnologia.

As licenças foram emitidas ao SAIC Motor Group, sediado em Shanghai, à alemã BMW AG e à gigante de e-hailing chinesa Didi Chuxing, durante a Conferência Mundial para o Ecossistema de Veículos Autônomos 2019

Os portadores de licença têm permissão para deter uma frota de até 50 veículos para levar a cabo testes operacionais na cidade, explorando como comercializar a mais recente tecnologia.

Em comparação com as licenças que Shanghai começou a emitir em 2018, as novas licenças aumentam o número de cenários para os testes de condução, acelerando a transição da pesquisa, desenvolvimento e testes para a aplicação e demonstração, segundo a BMW.

Aqueles que detiverem a licença podem candidatar-se a aumentar o número de veículos após 6 meses, no caso da frota de teste não ter incorrido em qualquer violação do tráfego ou outros problemas com ilegalidades, de acordo com os regulamentos da cidade para o efeito, apresentados na semana passada.

Shanghai abriu a sua primeira estrada para veículos inteligentes e conectados em março de 2018, sendo que até à data as estradas apresentam uma extensão total de 53,6km, abrangendo 1,580 diferentes cenários. Um total de 11 empresas receberam licenças por parte das autoridades.

“A China tem um dos cenários de tráfego mais complicados do mundo, por isso a divisão de pesquisa e desenvolvimento da BMW no país tornou-se parte importante do desenvolvimento da condução autônoma no mundo todo”, disse o fabricante alemão em um comunicado.

A BMW instalou equipes de pesquisa e desenvolvimento em Shanghai e Beijing, composta por cerca de 100 engenheiros. O seu foco é o desenvolvimento e validação da função de condução automática, com base nos cenários de tráfego típicos da China.

Estimativas da consultora McKinsey apontam para a adoção massificada de veículos autônomos na China por 2027, sendo que podem perfazer 66% dos quilômetros percorridos por passageiros em 2040, gerando receitas de mercado de $1,1 trilhão nos serviços de mobilidade.

Dos novos veículos vendidos nesse ano, os autônomos deverão ser mais de 40%, de acordo com a McKinsey.