O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, compareceu a uma coletiva de imprensa de rotina no passado dia 16 para responder às questões dos repórteres.
Um jornalista inquiriu o porta-voz relativamente a um tweet do presidente Donald Trump, no dia 15, no qual refere que o crescimento da China no segundo trimestre foi o mais lento em 27 anos. Trump referiu que milhares de empresas estão saindo da China e, como tal, que a China estaria interessada em selar um acordo com os EUA.
Geng Shuang, na sua resposta, aludiu aos dados emitidos anteontem pelo Departamento Nacional de Estatísticas da China relativamente à performance econômica do país na primeira metade do ano.
Apesar do abrandamento do crescimento econômico global e consequente aumento da incerteza e instabilidade, explicou, o PIB da China registrou um crescimento de 6,3% na primeira metade do ano.
“Penso que é ainda um bom resultado, especialmente quando comparado com outras grandes economias no mundo. Pode dizer-se que se trata de uma posição de liderança”, afiançou.
A China, considera, poderia ter adotado uma forte política de estímulo para alcançar maiores taxas de crescimento, mas optou por não o fazer.
“Estamos comprometidos em alcançar o crescimento econômico de alta qualidade, a restruturação econômica e a transformação e atualização da indústria, potenciando a vitalidade dos intervenientes de mercado pela via da reforma e inovação, da manutenção da estabilidade, e da garantia de uma situação econômica promissora”.
Geng garantiu que o crescimento de 6,3% está de acordo com as expectativas criadas em torno da economia chinesa. Após a publicação dos dados econômicos de anteontem, a resposta dos principais mercados globais foi também relativamente neutra.
“O que pretendo enfatizar é que a China é a segunda maior economia do mundo e que o seu contributo para o crescimento da economia do globo permanece acima dos 30% há já vários anos. É positivo que a economia chinesa mantenha um crescimento sólido e estável, tanto para o mundo como para os EUA”, prosseguiu.
O comentário estadunidense de que, alegadamente, “devido à desaceleração econômica, a China está ansiosa por selar um acordo com os EUA”, Geng rotulou-o como “falacioso”. A conclusão de um acordo econômico e comercial “não é, de modo algum, um apelo unilateral do lado chinês. O lado estadunidense apresenta também esta postura”.
Pessoas de todos os quadrantes da sociedade americana e os seus consumidores são fortemente opostos às tarifas impostas à China, bem como à guerra comercial, explica. “Estas vozes são suficientes para explicar a situação”.
Geng terminou, deixando o apelo aos EUA e ao lado chinês para trabalharem em conjunto rumo à mesma direção.
“Na base do respeito mútuo e tratamento igualitário, seremos capazes de sanar as fricções econômicas e comerciais e de alcançar um consenso mutuamente vantajoso, o qual seja consentâneo com os povos americano e chinês. Tal corresponde também às expectativas da comunidade internacional”, concluiu.