Imprensa japonesa revela provas de uso de gás venenoso contra a China no séc. XX

Fonte: Diário do Povo Online    11.07.2019 09h41

(Foto de arquivo)

A imprensa japonesa apresentou provas irrefutáveis de que os invasores japoneses usaram gás venenoso na guerra de agressão contra a China.

De acordo com a Kyodo News, o historiador japonês Seiya Matsuno encontrou recentemente um “relatório detalhado de batalha” mencionando o uso de bombas de gás pelos invasores japoneses nos campos de batalha da China.

Esta é a primeira vez que provas irrefutáveis foram encontradas, atestando que as tropas japonesas, elas próprias, registraram o uso de gás erosivo, entre outras informações, segundo Matsuno.

Os documentos poderão ter sobrevivido ao serem mantidos por cidadãos comuns, explica. “É apenas a ponta do iceberg que foi clarificada”, relativamente à situação da invasão da China, disse Matsuno.

“É necessário clarificar os fatos, retirar lições deles e nunca deixar que a tragicidade da história se volte a repetir”, disse o especialista.

As fotos apresentadas por Matsuno revelaram que o 5º batalhão de morteiros da força de gás do Japão, quando batalhava na província chinesa de Shanxi, em julho de 1939, disparou 231 “bombas vermelhas” que podiam rapidamente comprometer os órgãos respiratórios e 48 “bombas amarelas”, causadoras de danos na pele e nas membranas mucosas.

Os detalhes das fotos do combate incluíram também um comentário sobre o primeiro uso das “bombas amarelas”, no qual alegadamente surtiram “efeitos muito positivos”.

O jornal japonês Tokyo Shinbun relatou na segunda-feira que, de modo a manter a confidencialidade, “o antigo exército japonês” apelidou as munições equipadas com gás corrosivo de “bombas amarelas”, as bombas danosas para o sistema respiratório de “bombas vermelhas”, as munições carregadas com cianeto de hidrogênio tinham o nome de “bombas laranja” e as granadas de gás lacrimogêneo de “bombas verdes”.

Na altura, o Japão havia instalado bases de produção de gás em Hiroshima e Okonoshima. O gás era transportado até à prefeitura de Fukuoka e revestido nos projéteis antes de ser transportado até à frente de combate na China, de acordo com o Tokyo Shinbun.

Matsuno, um acadêmico de história japonesa moderna, recebeu o seu doutorado da Universidade Meiji em 2010 e publicou vários livros sobre armas biológicas e químicas utilizadas pelo Japão.

De acordo com a imprensa local, Matsuno planeja escrever uma publicação sobre os detalhes e análises da sua recente descoberta, para publicação na revista mensal japonesa Sekai.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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