O presidente da China, Xi Jinping, enviou no último domingo (7) suas congratulações ao primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, eleito o novo presidente do Conselho Europeu. O líder chinês disse que a China espera que a Europa desempenhe um papel fundamental nos assuntos internacionais. Além disso, o país asiático está disposto a estimular a parceria com a Europa marcada pela paz, crescimento, reforma e civilização. A reação chinesa reflete a vontade de levar adiante as cooperações China-Europa.
Este ano ocorre a mudança da liderança da União Europeia (UE). Após as eleições do Parlamento Europeu ocorridas em maio passado, os países membros da UE realizaram negociações intensas acerca da formação da nova liderança do bloco. Somente na semana passada saiu a lista dos nomes para as quatro posições mais importantes da UE: o primeiro-ministro belga, Charles Michel, será o presidente do Conselho Europeu; a ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, assume a presidência da Comissão Europeia; Christine Lagarde, atual diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), é indicada para presidir o Banco Central Europeu; o ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell Fontelles, foi indicado para o cargo de Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Apesar de ainda existir processo de aprovação para os últimos três cargos, a estrutura da liderança da UE nos próximos cinco anos está formada.
Duas mulheres que entram na liderança da UE devem levar algo novo ao cenário político europeu. A Alemanha e a França são consideradas os principais “vencedores do jogo”, indicando a continuidade da importância desses dois países na integração europeia.
A Europa, no entanto, enfrenta vários desafios no seu desenvolvimento, incluindo a crise dos refugiados, a ascensão do populismo, a incerteza do Brexit, a pressão da crise econômica e os atritos comerciais com os EUA. Sob tal contexto, a consolidação das cooperações com a China será, sem dúvida, uma das direções da diplomacia do bloco no futuro. Quanto ao relacionamento China-Europa, há evidências para a comunidade internacional manter suas expectativas positivas.
A China e a Europa possuem interesses comuns cada vez maiores. Na primavera deste ano, o presidente chinês, Xi Jinping e o premiê, Li Keqiang, visitaram o continente. Em abril passado, a China e a UE reiteraram que vão impulsionar a parceria e elaborar conjuntamente a agenda de cooperação após 2020. Nesse sentido, a mudança da liderança da UE não deve alterar a orientação da cooperação sino-europeia. Pode até criar novas forças motrizes para futuras colaborações.
Quanto à preservação da paz, a China e a Europa têm a mesma vontade. Perante o aumento do unilateralismo e do hegemonismo, ambas as partes sustentam a manutenção do sistema internacional tendo como núcleo as Nações Unidas, mostrando apoio à solução de conflitos e problemas regionais através do diálogo e consulta.
A UE vem sendo o maior parceiro comercial da China durante 15 anos consecutivos. A China, por sua vez, é o segundo maior parceiro comercial do bloco. Perante os atritos comerciais no âmbito internacional devidos aos EUA, a China e a UE precisam cooperar para defender o multilateralismo e a ordem do livre comércio com base em regulamentos. A China e a UE têm chegado ao consenso nas áreas de inovação científica e tecnológica, contratação governamental e comércio de produtos agrícolas. Na cúpula de Osaka do G20, o líder chinês anunciou cinco medidas para aceleração da abertura da China, o que deve proporcionar mais oportunidades a empresas europeias.
O mundo está num cruzamento. A China está disposta a elevar, junto com a nova liderança da UE, a parceria estratégica global China-UE para um novo patamar. Isso corresponde aos interesses comuns dos dois lados, além de favorecer a paz e a prosperidade mundial.