Por Jiang Ning, Diário do Povo
A senda de fricções econômicas e comerciais que o governo estadunidense provocou e constantemente aprofundou dura já há mais de um ano. Um dos argumentos para o sucedido é que o documentário “É fantástico, o meu país”, havia apresentado de modo ostentoso a China perante o mundo, o que despoletou a vigilância norte-americana, dando início a esta disputa comercial.
Fazendo uma retrospetiva dos acontecimentos, os fatos são cada vez mais claros – esse argumento é ridículo.
Vários documentos importantes posicionaram a China como o maior oponente estratégico dos EUA. Os oficiais seniores do Departamento de Estado americano apelidaram até a disputa entre a China e os EUA como um choque de civilizações. Durante as negociações com a China, os EUA repetidamente recuaram na palavra e implementaram técnicas de bullying comercial, servindo-se do poder estatal para encurralar as empresas de tecnologia chinesas.
As agências legais usaram um conjunto de métodos para dificultar a vida aos cidadãos chineses nos EUA e alguns vistos para estudantes estão sendo alegadamente restritos.
Os fatos ao longo do ano passado demonstraram que as estratégias de conter a China implementadas pelos EUA não são de todo um capricho. O documentário “É fantástico, o meu país” foi lançado em março passado, quando os EUA começaram o prelúdio das fricções econômicas e comerciais.
A estratégia dos EUA de usar o documentário como pretexto carece de uma lógica adequada à realidade. A origem da guerra comercial sino-estadunidense não advém da proeminência da China, mas do bordão “América Primeiro” dos EUA, que insta a que o país dite as regras do mundo e se sobreponha à justiça internacional.
Existem dois tipos de apreciação utilizadas pelos EUA para se servirem do documentário “É Fantástico, o Meu País”: perante os EUA, comoé possível a China ser poderosa? Como pode a China ser poderosa face aos EUA? Nenhuma das duas é aceitável.
Temos todo o direito de perguntar:
Em primeiro lugar, a China detém uma economia vasta e alcançou feitos notáveis através do esforço e das oportunidades históricas soube agarrar. Não se trata isto de um motivo de orgulho?
Em segundo lugar, o antigo império chinês foi humilhado por forças externas. Haverá algo de errado em que o povo chinês, após ter ultrapassado as tragédias decorrentes de um período negro na sua história, e testemunhando a evolução que o país alcançou até hoje, ter apelidado de “fantástico” o seu país?
Em terceiro lugar, por outro lado, qual seria a lógica de um “elefante” como a China esconder-se entre os arbustos e reivindicar que “não é nada de especial”? Fará isto sentido para o mundo? Ou para os EUA?
Em quarto lugar, parece dar a entender que o discernimento da comunidade estratégica dos EUA está ao nível das crianças do infantário. Parece que estão acordando de um sonho, e que não existem regras para fazer as coisas. De repente sentem-se alarmados pela opinião pública chinesa. Dará para acreditar nisto?
Ao longo do ano passado, perante as progressivas ameaças estadunidenses, a sociedade chinesa ganhou coragem para não temer nem acreditar em falácias. O governo chinês não deseja lutar, mas não tem medo de o fazer, e fá-lo-á quando assim se justificar.
A China não só aderiu à moralidade, mas demonstrou a sua determinação. Um conjunto de contramedidas implementadas pela China granjearam o apoio dos internautas do país, que inclusive comentaram: “É Fantástico, o Meu País”.
Há algumas décadas atrás, resumindo o grande significado da Guerra da Coréia, o presidente Mao Zedong disse: “Não há nada a temer face ao imperialismo americano. Não tem nada de mais. Nós conseguimos esta experiência. Esta fantástica experiência”. Ele salientou o seguinte: “O povo chinês está agora bem organizado e ninguém pode oprimir a China. Se alguém o fizer, haverá problemas”.