O presidente venezuelano Nicolas Maduro disse na quarta-feira à noite ter chegado a acordo com o Comité Internacional da Cruz Vermelha para o envio de ajuda humanitária e mantimentos, dentro do enquadramento do respeito pela soberania nacional do seu país.
As Nações Unidas estimam que 7 milhões de pessoas na Venezuela, ou cerca de um quarto do total da população, precise de assistência humanitária e que 1,9 milhão adicional necessite de assistência nutricional adicional, incluindo 1,3 milhão de crianças com menos de 5 anos.
Maduro disse na televisão nacional e na rádio que o seu governo e a Cruz Vermelha tinham concordado em “trabalhar juntos com as agências da ONU, no sentido de trazer até à Venezuela toda a assistência humanitária possível”.
Na quarta-feira, o sub-secretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, pediu mais fundos para apoiar a expansão de programas humanitários na Venezuela.
“Os recursos agora disponíveis são extremamente modestos em relação às necessidades que vemos. Eu gostaria de agradecer aos estados membros que contribuiram com assistência humanitária na Venezuela… o vosso apoio contínuo é crítico. Porém precisamos de muito mais”, disse Lowcock ao Conselho de Segurança.
Ele pediu ainda para serem acionadas operações de assistência humanitária, incluindo o acesso regular e permanente às pessoas com necessidades.
A situação humanitária na Venezuela piorou desde que a sub-secretária-geral da ONU, Rosemary DiCarlo, apresentou o último relato ao Conselho de Segurança, a 26 de fevereiro, de acordo com Lowcock.
Ele referiu os efeitos negativos das recorrentes quebras de energia elétrica no país. Sem eletricidade da rede elétrica, muitos hospitais têm tido dificuldade em garantir procedimentos cirúrgicos essenciais e em levar a cabo serviços de cuidados intensivos e hemodiálise.
