BOAO,Hainan,27 de mar (Diário do Povo Online) - A China deixou o apelo às economias asiáticas para reforçarem a integração econômica, de modo a potenciarem a competitividade regional, e responderem de forma mais adequada aos desafios decorrentes da vaga recente de protecionismo e unilateralismo.
“Face a um manto de incertezas econômicas, as economias asiáticas conseguiram manter uma senda de crescimento sólido, contribuindo em cerca de 60% para o crescimento global do PIB ao longo da última década”, disse Li Baodong, secretário-geral do Fórum Boao para a Ásia, durante uma coletiva de imprensa na terça-feira, em Boao, na província de Hainan.
As incertezas surgem essencialmente do protecionismo e do potencial sufoco financeiro, segundo declarações de economistas e especialistas prévias ao fórum, que irá arrancar oficialmente na quinta-feira.
“De modo a tornar a economia regional mais equilibrada e saudável, as economias asiáticas devem se unir para promover o multilateralismo e a globalização”, disse Li.
Os comentários surgem após três relatórios anuais – Progresso da Integração Econômica Asiática, Competitividade Asiática, e Desenvolvimento das Economias Emergentes – terem sido publicados em Boao.
Eles destacaram que, apesar dos revezes econômicos, as economias asiáticas protagonizaram um melhoramento contundente na competitividade, e têm vindo a promover ativamente um processo de integração regional.
De acordo com os relatórios, cerca de 17 novos acordos de facilitação da cooperação econômica foram assinados em 2017 e 2018, e outros 70 acordos bilaterais estão atualmente sendo negociados. Todas as 37 economias asiáticas listadas nos relatórios conseguiram pontuações anuais mais altas em termos de competitividade.
Long Yongtu, ex-vice-ministro do então Ministério do Comércio Externo e Cooperação Econômica, realçaram que a China lidera agora na abertura a maiores contributos à globalização econômica.
Um dos destaques é que a iniciativa do Cinturão e Rota tem vindo vigorosamente a expandir a integração econômica da Ásia ao longo dos últimos 6 anos.
Tais efeitos são especialmente claros na forma como a iniciativa melhorou a infraestrutura, vigor econômico e desenvolvimento social dos países envolvidos na iniciativa, refere Zhang Huangbo, investigador do Centro para o Intercâmbio Econômico Internacional da China.
A iniciativa tem o potencial de suprir lacunas de investimento em infraestruturas entre os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla inglesa), de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Financeiro Asiático para Finanças Infraestruturais.
A iniciativa do Cinturão e Rota “pode ser impactante”, refere o relatório, na medida em que pode alavancar recursos financeiros a cerca de 70 economias, incluindo a China, para criar novos canais de financiamento para a construção de infraestruturas. Tal progresso positivo será alimentado pela habilidade da iniciativa chinesa orientar o investimento privado, acrescenta.