Roma, 22 mar (Xinhua) -- A visita de Estado à Itália pelo presidente chinês, Xi Jinping, é muito importante e impulsionará a relação comercial dos dois países, disse na quinta-feira um funcionário italiano de alto escalão.

Em entrevista à Xinhua, Michele Geraci, subsecretário de Estado para desenvolvimento econômico, disse que o seu país quer fortalecer os laços econômicos com a China para benefícios mútuos.

Durante a visita de Xi, que começou na quinta-feira, os dois lados devem assinar documentos de cooperação intergovernamentais em setores como diplomacia, economia e comércio e cultura, além de áreas comerciais relacionadas com infraestrutura, maquinaria e finanças, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China.

"Queremos que as empresas italianas e chinesas possam se conhecer melhor e explorem mais oportunidades de negócios para vantagens mútuas", disse Geraci, que lidera a Força-Tarefa China do governo italiano.

Lançada em outubro, a Força-Tarefa China tem como objetivo impulsionar as relações econômicas com a China por meio de procurar "mais acesso ao mercado chinês, produtos de melhor qualidade e mais investimentos".

Geraci disse que o novo órgão ajuda as empresas italianas, especialmente as pequenas e médias, a entenderem melhor o mercado chinês ao passar a elas informações de novas oportunidades de cooperação e mudanças de políticas e leis chinesas.

"Tentaremos organizar encontros de negócios para empresas italianas e chinesas, para que elas possam saber mais detalhes e explorar algumas oportunidades", disse o subsecretário, que trabalhava no setor de investimento e morou cerca de 10 anos na China.

A classe média crescente na China quer alimentos de boa qualidade e "há bons produtores de alimentos e maquinaria agrícola na Itália", o que pode conduzir a uma cooperação mais próxima no negócio agrícola, disse Geraci.

Ao mesmo tempo, "queremos atrair investimentos, isso é benéfico para a nossa economia", acrescentou o funcionário italiano. "Investimentos chineses são muito bem-vindos."

Ele sublinhou que um plano já foi feito para atrair investimentos chineses, especialmente no formato green-field (que envolve projetos ainda no papel), o que trará muito mais que somente novos empregos.

"Empresas chinesas podem ser interessadas em portos italianos", disse ele. "Estamos planejando expandir a capacidade dos portos existentes", como Trieste, no nordeste da Itália, e Palermo, na Sicília.

Geraci disse que as semelhanças na cultura chinesa e mediterrânea são um bom começo para uma maior cooperação econômica bilateral.