Por Beatriz Cunha

O ex-presidente do Brasil, Michel Temer, que tomou posse após a então presidente eleita Dilma Roussef ter sido destituida através do processo de Impeachment em 2016, já era alvo de investigações durante o seu mandato. E, nesta quinta (21), foi detido pela Polícia Federal sobre a acusação de desvio de verba da Eletronuclear.

A Lava Jato do Rio, investigação realizada pela Procuradoria Federal do Estado do Rio de Janeiro, já apontou diversos políticos comprometidos com desvio de verba. E deu voz de prisão preventiva a Temer, bem como ao ex-ministro e ex-governador do Rio, Moreira Franco, nesta quinta.

De acordo com a Polícia Federal, todos os oito envolvidos, entre políticos e empresários, receberam voz de prisão preventiva, e outros dois de prisão temporária.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a construção da usina nuclear de Angra tem estreita ligação com Temer, que recebeu propina de cerca de 110 milhões de reais (cerca de 29 milhões de dólares americanos) em troca de contratos para projetos, que de acordo com a lei devem ser realizados por meio de licitações.

Ainda segundo o MPF, Temer elaborou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, corrupção e suborno. Tendo desenbolsado um valor aproximado de 18 bilhões de reais (cerca de 4,75 bilhões de dólares) da construtora Construbase. Valor este que foi disfarçado entre contratos de prestação de serviços e que não foram realizados.

Temer e Franco são afiliados ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que afirma que ambos são idôneos, e espera que sejam colados em liberdade o mais breve possível.

Michel Temer foi presidente de agosto de 2016 até dezembro de 2018, e durante o mandato foi acusado de em diversos processos judiciais no Supremo Tribunal Federal.

Até o momento as investigações englobam: propina e desvio na Eletronuclear, desvio de dinheiro público para reforma da casa da filha, contratações suspeitas, ilícitas, fictícias, recebimento de propina da Construbase, irregularidade em decreto que proporcionou beneficiação indevidade de empresas do setor portuário, recebimento de propina da Odebrecht, formação de quadrilha que exigia propina em troca de contratos estatais, e a compra de silêncio de outros envolvidos em corrupção.

Com as operações de combate, a corrupção de políticos e empresários, que incluem a Lava-Jato, muitos políticos e executivos já foram condenados, incluindo o ex-presidente Luiz inácio Lula da Silva, antecessor de Dilma Roussef, que entrou no governo tendo Temer como seu vice-presidente.

A Câmara dos Deputados, durante o mandato do ex-presidente Temer, autorizou a suspensão dos processos contra o mesmo, entretanto, as investigações seguem em avanço, e já que deixou o cargo de presidente, não mais goza de privilégios.