BEIJING, 20 de fev (Diário do Povo Online) - A China urgiu na segunda-feira a Espanha para tomar “medidas efetivas” para assegurar que os “direitos legítimos” dos cidadãos chineses não sejam violados, após surgirem relatos de que alguns bancos espanhóis haviam congelado as contas de milhares de chineses sem aviso prévio.

“A embaixada da China em Espanha recebeu queixas de cidadãos chineses, incluindo de estudantes, de que as suas contas bancárias haviam sido arbitrariamente congeladas. A embaixada chinesa expressou as suas preocupações ao lado espanhol e ofereceu assistência aos cidadãos chineses lesados dentro do seu raio de ação”, disse Geng Shuang, porta-voz da chancelaria chinesa, aos repórteres em Beijing.

“Um oficial sénior do Departamento de Assuntos Consulares do Ministério das Relações Exteriores da China também se encontrou com os responsáveis da Embaixada de Espanha em Beijing para abordar essa questão”, acrescentou.

Geng reiterou que “o governo chinês atribui grande importância à proteção dos direitos e interesses legítimos dos cidadãos chineses no exterior e espera que o lado espanhol empregue medidas efetivas para resolver esta situação em Espanha”.

O caso atraiu a atenção da imprensa na sexta-feira, após centenas de cidadãos chineses, furiosos, terem acorrido às ruas de Madrid em protesto por suas contas terem sido congeladas, acusando os bancos espanhóis, como o BBVA, de “racismo”.

Os protestantes dizem que o banco, após arbitrariamente congelar as contas, justificou-se dizendo que a ação foi tomada com base nos regulamentos de lavagem de dinheiro de Espanha. Os nacionais chineses negaram veementemente as acusações.

Após o raro protesto dos nacionais chineses em Madrid, Chen Xiongfeng, vice director-geral do Departamento de Assuntos Consulares da China, convocou na sexta-feira o embaixador espanhol para pedir esclarecimentos, segundo a CGTN.

O diplomata espanhol demonstrou preocupação com o sucedido, tendo reiterado que a Espanha não apoia leis ou políticas discriminatórias face a cidadãos chineses. Ele informou que a chancelaria espanhola requereu um esclarecimento ao Banco Central de Espanha e a outras instituições financeiras relacionadas face às preocupações apresentadas pela China.