BEIJING, 18 de jan (Diário do Povo Online) - Um crescente número de jovens chineses estão cada vez mais trocando Beijing por outras cidades de primeiro escalão, segundo o National Business Daily.
A conclusão foi atingida com base num conjunto de 11 relatórios de qualidade no trabalho de graduados, levada a cabo pelo grupo C9, composto por universidades chinesas de topo, incluindo: Universidade Tsinghua, Universidade de Pequim, Universidade de Wuhan, e Universidade de Ciência Eletrônica e Tecnologia da China.
Para alguns dos graduados de Beijing, trabalhar na capital não é mais a escolha mais óbvia.
A proporção de graduados da Universidade de Pequim que escolhem trabalhar na capital chinesa tem diminuído ao longo dos últimos 3 anos. Em 2018, o número foi de 39,47%. Em 2017 o valor havia sido de 41,68% e em 2016 de 46,2%.
Por sua vez, na Universidade Tsinghua, a tendência é semelhante. No ano passado, a proporção de licenciados, pós-graduados e doutorados que escolheram permanecer em Beijing caiu para 17,3%, 39,9%, e 49,7%, respetivamente, face a 20,3%, 47,7% e 50,4% em 2016.
O elevado custo de vida, as condições e o congestionamento do tráfego estão afetando as escolhas dos graduados, disse Li Qiang, um consultor da plataforma de recrutamento laboral Zhaopin.com.
Por outro lado, isso significa que outras cidades, incluindo cidades de primeiro escalão como Shanghai e Guangzhou, e até algumas recém-promovidas cidades de primeiro escalão, têm mais oportunidades, acrescentou Li.
Em Shanghai, mais da metade dos graduados das duas universidades locais de mais prestígio, a Universidade Fudan e a Universidade Jiaotong de Shanghai, escolheram permanecer na cidade. Na Univsersidade Fudan, a cifra atingiu os 73,86%.
O setor financeiro tornou-se o mais apelativo para os estudantes universitários, e 23,44% escolheu trabalhar na área, no seguimento da afirmação de Shanghai como centro financeiro internacional.
Entretanto, um crescente número de graduados do grupo C9 tem revelado cada vez mais interesse na província de Guangdong.
Vejamos o caso da Universidade de Pequim. No ano passado, a proporção de graduados que escolheram trabalhar em Guangdong aumentou em 21,94%, face aos 18,58% de 2016. Shenzhen foi a cidade mais procurada, com um total de 472 recém-graduados a escolherem rumar à metrópole sulista.
Algumas das recém-promovidas a cidades de primeiro escalão, como Wuhan e Chengdu, são também cada vez mais populares.
Desde 2017, Wuhan, a capital da província de Hubei, que conta com o maior número de estudantes universitários da China, implementou uma campanha de recrutamento de talentos para garantir a retenção de quadros qualificados.
O governador provincial de Hubei, Wang Xiaodong, disse, durante o relatório anual de trabalhos do governo, que mais de 60% dos graduados universitários escolheram trabalhar na província no ano anterior.
Em Chengdu, a proporção de graduados da Universidade de Ciência Eletrônica e Tecnologia da China que elegeram a província de Sichuan para trabalhar aumentou em 43,04% no ano passado, face aos 40,48% de 2017 e aos 38,05% de 2016.
As novas cidades de primeiro escalão tornaram-se um campo magnético de atração de quadros com cursos superiores. De acordo com o Relatório de Empregabilidade de Graduados Universitários de junho, 40,18% dos entrevistados escolheu trabalhar nas novas cidades de primeiro escalão – um aumento de 2,68% em termos anuais.