Embaixador: Relações sino-portuguesas dão entrada em nova era

Fonte: Diário do Povo Online    29.11.2018 15h17

Por Cai Run, embaixador da China em Portugal

O Presidente Xi Jinping prepara-se para realizar uma visita de Estado a Portugal. Separada por 8 anos desde a última vez que um presidente chinês visitou o país, esta coincide com a primeira vez que o Presidente Xi Jinping realiza uma visita de Estado ao país ibérico. Esta será uma ocasião histórica para as relações sino-portuguesas, sendo que deverá impulsionar a parceria estratégica global entre os dois países a dar entrada numa nova era.

Localizado no extremo oeste do continente euroasiático, Portugal afirma-se como uma plataforma eficaz para as empresas chinesas atuarem no exterior, bem como para projetos de cooperação trilateral. Portugal é um participante importante na construção da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, bem como um parceiro e amigo da China no contexto da União Europeia e da diplomacia multilateral.

Na atualidade, as relações sino-portuguesas atravessam um momento positivo histórico. Os intercâmbios de alto nível entre os dois países têm sido frequentes, a confiança política mútua foi aprofundada, e a cooperação pragmática em diversos domínios tem produzido resultados frutíferos. A China é atualmente o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia, e, por seu turno, Portugal é o quinto maior destino de investimento chinês na Europa.

De acordo com estatísticas ainda incompletas, o investimento da China em Portugal ultrapassa os 9 bilhões de euros, envolvendo áreas como energia, eletricidade, finanças, seguros, saúde, entre outros, produzindo benefícios económicos e sociais significativos.

Simultaneamente, o investimento de Portugal na China tem também vindo a crescer de forma consistente. Portugal é o primeiro país da UE a estabelecer formalmente uma “parceria azul” com a China, deverá ser o primeiro país da zona euro a emitir títulos de dívida em RMB na China e criará, juntamente com a China, workshops “Luban”.

É possível afirmar que a cooperação pragmática entre a China e Portugal, baseada na recolha de benefícios mútuos, representa um modelo a seguir, com perspetivas positivas de desenvolvimento no futuro.

Portugal é um país com uma tradição marítima antiga, sendo o ponto inicial da rota marítima da seda na Europa. Todos os quadrantes da cidade portuguesa apresentam uma afinidade natural face à construção da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, tendo interesse em tomar parte neste projeto. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa afirmaram já de forma clara o seu apoio e vontade de que Portugal participe na construção da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, alinhando as oportunidades e frutos destes resultantes na estratégia de desenvolvimento de Portugal.

“As ações de um país estão intrinsecamente ligadas ao seu povo”. Um dos pontos importantes da construção da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” é a sua comunhão com as aspirações do povo. Como tal, os amigos portugueses têm apresentado uma grande proatividade na aprendizagem do idioma chinês. A cidade de São João da Madeira, conhecida por “capital portuguesa do calçado”, desde o ano de 2013 que passou a incluir nas escolas primárias o ensino de mandarim. Atualmente, 12 escolas públicas do município contam com cerca de 800 alunos que estudam o idioma chinês como disciplina curricular, sendo um dos focos no país onde a adesão à “febre do chinês” e à “febre da China” é mais prevalente. Obviamente, o número de estudantes chineses que estudam português também tem apresentado um aumento muito significativo nos últimos anos. 

Durante o período da visita do presidente Xi Jinping, Portugal e a China irão fazer uma declaração conjunta e deverá ser firmada a assinatura de vários acordos bilaterais nas mais diversas áreas. Devemos agarrar as oportunidades proporcionadas por esta visita histórica, aplicar adequadamente os resultados delas decorrentes, e aproveitar a efeméride do 40º aniversário do restabelecimento de relações diplomáticas entre a China e Portugal, celebrada no próximo ano, para que o desenvolvimento da parceria estratégica global China-Portugal produza efeitos ainda mais contundentes. 

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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