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Brasil quer fortalecer sua marca na China durante CIIE

Fonte: Xinhua    06.11.2018 09h08

Por Luiz Tasso Neto e Wang Lu

Shanghai, 6 nov (Xinhua) -- Convidado de honra da Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, em inglês), o Brasil trouxe uma delegação reforçada para usufruir ao máximo desse status na feira, que começa nesta segunda-feira e vai até sábado em Shanghai.

Ao todo, são 87 empresas de diversos setores, como alimentos e bebidas, comércio e serviços, acessórios e bens de consumo e equipamentos médicos, em uma comitiva com empresários e representantes do governo brasileiro organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil).

Dentro desse grupo, destaca-se a maior delegação empresarial que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já levou para o exterior. A missão prospectiva trouxe à China 70 companhias representadas por 120 empresários.

De acordo com José Ricardo Roriz, chefe da missão e 2º vice-presidente da Fiesp, "o foco é conhecer melhor quais os interesses de importação da China, além do lado prático das vendas, os aspectos logísticos, de embalagem e a cultura de negócios chinesa".

Para isso, há oito meses as empresas da delegação vêm participando de encontros preparatórios para que suas reuniões na feira sejam mais objetivas e produtivas. "A China hoje já é o maior parceiro de negócios do Brasil no comércio exterior, e cada vez mais os brasileiros mostram interesse em fazer negócios com ela", destacou Roriz.

Em 2017, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 47,49 bilhões, um aumento anual de 12,4%, e as importações, US$ 27,32 bilhões, uma alta de 17%, segundo a Apex-Brasil.

A corrente de comércio somou US$ 74,8 bilhões, um salto de 27,9% em relação a 2016. A China posicionou-se como o maior destino das exportações brasileiras em 2017, com 21,8% de participação das vendas ao exterior, e em 1º lugar como origem das importações, com 18,1% das compras externas brasileiras. E a EIIC 2018 pode impulsionar ainda mais esses números.

"Queremos que as companhias que estejam conosco na feira criem e/ou ampliem sua rede de contatos e parceiros comerciais na China", avalia Roriz.

Um exemplo dessas companhias é a Indústria e Comércio Café Floresta S.A. O objetivo dela é despertar um maior mercado na China, como destaca o diretor Auro Sato. "Como o café ainda não ocupa a posição de destaque junto ao consumidor na China, esta feira é uma oportunidade muito grande, especialmente por ser o primeiro evento governamental de apresentação de produtos do exterior."

O empresário acredita que, com o crescimento no mercado chinês, o café se tornará a bebida mais consumida no mundo após a água. "Sendo o Brasil o maior produtor mundial, entendemos que temos como colaborar para o engrandecimento do café no admirável mercado consumidor da China."

Sato prevê um papel crucial das novas gerações para a popularização do produto e o compara ao fenômeno do pagamento móvel. "Os 'millenials' vão nos auxiliar para isto, tal como ocorreu com o WeChat nos meios de pagamento."

Outra componente da missão da Fiesp é a indústria de calçados femininos Ferrucci. Sediada em Jaú (SP), quer dar passos maiores no cenário internacional e vê a CIIE como grande oportunidade para formar parcerias com distribuidores locais no que considera o maior mercado do mundo.

O gerente de exportação da Ferrucci, Marcelo Sobrinho, acredita no potencial de suas peças para conquistar as consumidoras chinesas. "Produzimos calçados femininos com qualidade, conforto, design e pontualidade. Uma paleta de cores vibrantes, mescladas entre si, formam as mais lindas combinações em modelos superoriginais. Nossos 'handmade' estão coloridíssimos e ultrafemininos!"

Algumas empresas não estão de olho apenas no cobiçado mercado chinês. A consultoria Indústria Técnica de Borrachas (Iteb) quer fazer intercâmbio de conhecimento e tecnologia com empresas, universidades e centros de pesquisas da China.

A meta da Iteb é aproveitar o evento para procurar novas tecnologias, estudar tendências de mercado, contatar possíveis parceiros e apresentar produtos e soluções no mercado de borracha, explicou o gerente-geral Lucas Cortez.

"O objetivo da empresa em relação ao mercado chinês é entender de perto a cultura dessa máquina econômica com toda a sua capacidade produtiva, tecnológica e de consumo."

Cortez aponta que a participação ativa do governo chinês na organização da exposição e o suporte dado por Apex e Fiesp aumentam a confiança da empresa na conquista de bons resultados. "Ficamos muito animados com toda a divulgação e apoio do presidente chinês sobre a CIIE, o que demonstra a dimensão e seriedade da feira. Acreditamos que participar como única empresa brasileira de borracha em uma missão da Fiesp e Apex nos permite vivenciar os diversos segmentos da feira como excelentes oportunidades de negócios."

O chefe da missão da entidade paulista, José Ricardo Roriz, exalta que os empresários do Brasil prepararam para levar à CIIE o que há de mais inovador e original em suas produções.

Ele destaca a variedade de produtos e de tipos de companhias que mostrarão seu trabalho em Shanghai. "Fazem parte da nossa delegação empresas em diferentes estágios de relacionamento com o setor comercial estrangeiro e de portes distintos. Algumas estão tendo sua primeira experiência, enquanto outras já comercializam seus produtos em outros países. Mostrar a marca Brasil na China é uma das grandes prioridades da nossa delegação."

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