Beijing, 22 out (Xinhua) -- Mesmo com os desafios internos e externos, a China é capaz de manter um desempenho econômico estável com a ajuda das políticas de pró-crescimento, informaram especialistas.
Os dados mais recentes mostraram que o PIB da China cresceu 6,7% em termos anuais nos primeiros nove meses de 2018, com a taxa de crescimento desacelerando para 6,5% no terceiro trimestre em relação aos 6,7% no segundo trimestre.
Enquanto o ritmo sinalizou uma tendência de estabilidade geral e progresso constante, a China enfrenta mais desafios externos e uma crescente pressão para baixo, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas.
A desaceleração no terceiro trimestre foi um resultado combinado de ventos contrários externos e um crescimento desacelerado do investimento em infraestrutura doméstica, informou um relatório do centro de pesquisa financeira do Banco de Comunicações.
Como a China fortaleceu os incentivos políticos desde agosto para melhorar a infraestrutura, o crescimento do investimento deverá se recuperar no quarto trimestre, apontou o relatório.
"Estamos totalmente confiantes de que a China conseguirá atingir sua meta de crescimento anual de 6,5%", assinalou.
A economia chinesa está passando por mudanças estruturais que muitos analistas disseram que inevitavelmente sobrevêm com dores.
Ao estimular o crescimento de novos fatores, como o consumo e a inovação, o país continua comprometido em abordar as questões existentes, tais como a alta alavancagem financeira e a poluição.
Segundo o vice-primeiro-ministro, Liu He, a chave para atingir o equilíbrio em manter um crescimento e repelir os riscos financeiros é implementar adequadamente as políticas do país com a reforma estrutural no lado da oferta no centro.
Os formuladores de políticas intensificaram as medidas pró-crescimento, incluindo um corte no caixa que os bancos devem manter como reservas, mais incentivos fiscais para as pequenas e médias empresas e um processo de aprovação e construção mais acelerado para os projetos de infraestrutura.
As autoridades também divulgaram novas medidas em setembro para explorar ainda mais o potencial do consumo doméstico do país, com medidas específicas esboçadas para atualizar o consumo.
Tais medidas, juntamente com a revisada lei do imposto de renda para pessoa física, que reduz a carga tributária para as famílias de renda média e baixa, ajudará a estabilizar o crescimento do consumo no quarto trimestre, afirmou o relatório do Banco de Comunicações.
"Com a implementação gradual das políticas, a demanda do consumidor tem mais espaço para uma futura expansão", observou.
Yan Se, professor associado da Escola de Administração Guanghua da Universidade de Beijing, disse que, além das medidas políticas de apoio ao consumo e investimento em infraestrutura, o governo central tem uma flexibilidade notável na aplicação de ferramentas fiscais e monetárias para manter a economia estável em meio às flutuações globais.
A economia da China pode parecer estar enfrentando dificuldades se a analisarmos por uma perspectiva de curto prazo, ou ao avaliar casos específicos. Porém, suas perspectivas de desenvolvimento são muito promissoras se a julgarmos por uma perspectiva histórica, segundo Liu
"Vamos continuar a implementar uma política fiscal proativa, uma política monetária prudente, políticas explícitas de investimento industrial e políticas sociais mais inclusivas e mais sustentáveis, para melhor implementar a política essencial de reforma estrutural no lado da oferta", disse.