Por Xun Wei
Beijing, 29 ago (Xinhua) -- O embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, disse à Xinhua que a política de reforma e abertura da China é bem-sucedida e não só beneficiou o povo chinês como também o mundo inteiro.
"O mundo inteiro viu o que aconteceu na China nas últimas décadas", disse Caramuru em entrevista à Xinhua, destacando três êxitos obtidos pelo país asiático.
Um grande número de pessoas foi tirado da pobreza e beneficiado por diversas boas políticas do governo. O padrão de vida dos chineses está melhorando, e a China conseguiu enfrentar, melhor que outros países, os desafios de investimento, infraestrutura, crescimento e emprego, de uma forma muito estável ao longo do tempo, declarou o diplomata, que trabalha há mais de dez anos na China.
Ao longo dos 40 anos de reforma e abertura, a China tirou da pobreza 700 milhões de pessoas --mais que a população dos Estados Unidos, Rússia, Japão e Alemanha-- e respondeu por mais de 70% da redução global da pobreza. A meta é tirar todos os chineses dessa condição até 2020.
"De todos os pontos de vista, o modelo chinês é muito bem-sucedido. O objetivo de todas as políticas econômicas é melhorar o padrão de vida das pessoas, e neste sentido a política chinesa é muito bem-sucedida."
Nos últimos 40 anos, a economia chinesa, agora a segunda maior do mundo, cresceu de 2% do PIB mundial para cerca de 15%. O PIB per capita saltou de 400 yuans (US$ 62,5) para 59.660 yuans (US$ 9.321). As companhias chinesas, antes ausentes na Fortune Global 500, já somam 115 no ranking.
Segundo o embaixador, a China inseriu-se de forma muito ativa no mercado internacional, tornou-se um grande player nele e contribuiu com mais de 30% do crescimento global.
"Ou seja, não só os chineses, mas a economia mundial como um todo se beneficiou da reforma e abertura. "Hoje, toda a economia mundial olha para a China com muita expectativa. Muitas pessoas acompanham a realidade chinesa. Procuram entendê-la e qual será a participação dela na economia internacional nos próximos anos."
No Brasil, o diplomata vê um esforço muito recente e intenso, não só do governo, mas também dos think tanks, estudiosos, academia e políticos, de entender a realidade chinesa na sua profundidade, pois o desempenho da economia chinesa tem um impacto sobre a brasileira.
Quanto ao investimento chinês no Brasil, o embaixador avaliou que o comportamento dos empresários chineses no exterior amadureceu bastante ao longo do tempo.
"Em um primeiro momento, as empresas chinesas que queriam investir no Brasil tentavam reproduzir a estrutura empresarial que tinham na China, sem procurar entender a profundidade da economia brasileira. Hoje, as empresas chinesas evoluíram muito na capacidade de avaliar o mercado brasileiro, de se inserir na economia brasileira, de compreender as dificuldades dela e de buscar formas de resolver os problemas."
