De acordo com os principais reguladores econômicos da China, o país manterá o seu crescimento econômico dentro de um intervalo razoável no segundo semestre do ano, e garantirá que a sua meta de crescimento anual seja alcançada, apesar das disputas comerciais com os EUA e as iniciativas de redução da dívida do país.

Dados os crescentes desafios que podem colocar maior pressão sobre o crescimento econômico, o governo tomará medidas preventivas para atingir a meta de crescimento estabelecida no início deste ano, disse ontem Cong Liang, porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

Nos primeiros seis meses, a economia teve um crescimento do PIB em termos anuais de 6,8%, permanecendo confortavelmente acima da meta anual estabelecida no início deste ano de 6,5%.

Concomitantemente a China enfrenta desafios crescentes, a economia está se adaptando a um modelo mais voltado para o consumo e as tensões comerciais com os Estados Unidos pesam sobre as exportações e o emprego nas indústrias afetadas.

O menor crescimento mensal de alguns indicadores-chave em julho, como investimento e vendas no varejo, causou alguma preocupação.

"As fricções comerciais tiveram um impacto limitado na economia até agora. Temos a capacidade e a confiança de atingir a meta de crescimento anual", reforçou Cong.

O governo emitirá mais políticas para apoiar a economia, enquanto controla o ritmo de desalavancagem e melhora a eficiência do uso do crédito, disse Cong.

Fan Ruoying, analista do instituto de pesquisas do Banco da China, disse que há alguns sinais de aumento do crédito em julho, mas os fundos do mercado financeiro ainda precisam de atingir setores não financeiros para apoiar a economia real.

"Há alguns atrasos nas políticas. A tarefa mais urgente é melhorar o mecanismo de transmissão da política monetária e resolver os problemas de financiamento do setor privado", afirmou.

"A liquidez no mercado é abundante", disse um funcionário do governo, acrescentando que "a estabilização do investimento terá um papel fundamental a curto prazo, e mais prioridade será atribuída aos gastos em infraestrutura. Como resultado, mais recursos serão captados por meio da emissão de títulos do governo local, que serão destinados para infraestrutura".

Os comentários foram consentâneos com uma diretriz divulgada pelo Ministério da Fazenda nesta terça-feira, na qual os governos locais são obrigados a acelerar a emissão de bônus especiais para financiar projetos de infraestrutura.