Por Solomon Elusoji
Beijing, 16 ago (Xinhuanet) -- A atual relação entre China e África está em seu melhor momento e a compreensão e os planos estratégicos de cooperação entre ambos significam um entendimento concreto das necessidades e aspirações de cada um.
A afirmação foi feita por Zeng Aiping, diretor executivo adjunto do Centro de Cooperação Africana China-Ásia, antes do terceiro Fórum de Cooperação China e África (Focac), que será realizado em setembro, em Beijing.
“Eu acho que este é melhor tempo na história das relações entre China e África”, disse em entrevista à Xinhuanet.com, recentemente.
Ele aponta os frequentes encontros entre oficiais de alto escalão das duas partes como um sinal das boas relações. “Este tipo de visita política de alto escalão fortalece a confiança mútua”, disse ele.
Zeng ressalta, ainda, elementos econômicos tangíveis nessa relação. Desde 2009, disse Zeng, a China tem na África seu maior parceiro comercial. Agora, também é o maior investidor no continente.
“Nós temos muitos investimentos diretos na África e também financiamos muitos projetos, especialmente no setor de infraestrutura”, disse Zeng.
De acordo com Zeng, a qualidade do relacionamento melhorou, com aumento também de intercâmbios no âmbitos pessoal e cultural. Questionado sobre porque a China não foca em questões como corrupção e direitos humanos em países do continente africano, Zeng disse que a China tem como princípio o compromisso de não-interferência em assuntos internos em outros países.
"Do meu ponto de vista, acho que esta é a abordagem certa para a China se envolver com a África", disse ele.
“A China segue o política de não intervenção. Não somente na África, mas em outras partes do mundo. A China acredita que você não pode entender a África melhor que os africanos. Então, a aproximação com a China é mais prática, mais concreta e tangível. Ajudamos os países africanos a construir infraestrutura. Isso é tangível. Todos podem ver e sentir isso”, disse Zeng.
Ele acrescenta que a China não adota a diplomacia ideológica promovida por países do Ocidente.
“Nossa abordagem é diferente e eu acho que esse é o caminho correto, a abordagem correta e é benéfica para os africanos. Nós tentamos ajudar os africanos a desenvolver suas economias. Se a economias se tornam melhores, acredito que os direitos humanos estarão mais assegurados”, ressaltou Zeng.
Sobre o que os países africanos podem aprender com o crescimento econômico da China nas últimas quatro décadas, Zeng apontou a necessidade de uma governança mais forte e correta, aberta e com políticas econômicas mais robustas.
Ele acredita que a FOCAC será utilizada como uma plataforma para discussão coletiva sobre cooperação China-África, ajudando os países africanos em seu fortalecimento econômico.