Três em cada quatro crianças do Sudão do Sul só conhecem a guerra, diz UNICEF

Fonte: Xinhua    10.07.2018 08h43

Organização das Nações Unidas, 10 jul (Xinhua) -- Desde o início do Sudão do Sul em 2011, 2,6 milhões dos 3,4 milhões de bebês nasceram durante a guerra, revelou no sábado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), lamentando seu acesso inadequado a alimentos e educação.

"Enquanto o Sudão do Sul completa sete anos, uma guerra aparentemente interminável continua a devastar as vidas de milhões de crianças", disse Henrietta H. Fore, diretora executiva do Unicef que visitou Juba, Ganiyel e Bentiu no país devastado pela guerra no início deste ano.

Conflito e subdesenvolvimento têm atormentado a área há décadas, tirando crianças da escola, deixando-as desnutridas e vulneráveis àa doenças, abuso e exploração, disse Fore.

"Os lados em guerra podem e devem fazer mais para trazer de volta a paz", disse ela, segundo a agência de notícias UN News. "As crianças do Sudão do Sul merecem mais."

Depois de ganhar a independência em 2011, uma guerra civil eclodiu em 2013, tornando curta a perspectiva de um futuro melhor.

Embora 800 crianças tenham sido libertadas de grupos armados desde o começo do ano, estima-se que outras 19 mil continuem a servir como combatentes, carregadores e mensageiros e a sofrer abuso sexual, o que representa um aumento de 500 desde o início da guerra, segundo o relatório.

As taxas de desnutrição estão em níveis críticos, com mais de 1 milhão de crianças desnutridas, incluindo 300 mil à beira da morte.

Com uma em três escolas destruídas, ocupadas ou fechadas desde 2013, o conflito também deixou cerca de dois milhões de crianças sem educação, o que deu ao Sudão do Sul a distinção de ter a maior proporção de crianças fora da escola no mundo.

Além disso, os esforços para ajudar os mais necessitados estão sendo prejudicados. Desde 2013, mais de 100 trabalhadores humanitários foram mortos por violência, incluindo um motorista da UNICEF na semana passada.

Em uma nota mais clara, a assinatura de um cessar-fogo permanente entre as duas principais partes em conflito em Cartum, no mês passado, foi um passo positivo - oferecendo um lampejo de esperança no que tem sido um processo de paz instável.

"Agora contamos com a liderança e os comandantes para respeitá-la e, ao mesmo tempo, garantir que os trabalhadores humanitários recebam acesso irrestrito aos necessitados", disse Fore.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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