Ministério dos Assuntos Civis: Casamento tardio mais comum entre jovens chineses

Fonte: Diário do Povo Online    29.06.2018 14h54

BEIJING, 29 de jun (Diário do Povo Online) – Os jovens na China, especialmente aqueles das grandes cidades do país, estão se afastando da doutrina tradicional confucionista, que persuade os jovens a se casarem em idades jovens.

Dados revelados recentemente pelo Ministério dos Assuntos Civis demonstram que o número de casais que registraram o matrimônio no primeiro trimestre deste ano caiu em 5,7% em termos anuais, para menos de 3,1 milhões. Os números foram especialmente reduzidos nas cidades e regiões desenvolvidas, incluindo Shanghai, Tianjin e a província de Zhejiang.

O número de casamentos recém-registrados reduziu em 29,54% em comparação com os números de há cinco anos atrás.

"O casamento tardio e a recusa do matrimônio são comuns entre a população nascida nos anos 1980 e 1990, pois o casamento deixou de ser a única opção de estilo de vida em uma sociedade que está se tornando cada vez mais tolerante à pluralidade", disse Lu Jiehua, professor de sociologia da Universidade de Pequim.

Yu Xian, auditor em Beijing, disse que as horas extra de trabalho e a intensa competitividade deixaram pouco tempo para se dedicar à sua vida pessoal, muito menos para considerar o casamento.

A isto se acresce o fato de não ter possibilidades de comprar um apartamento antes dos 35 anos de idade, o que, tradicionalmente, desagrada à família de uma possível esposa.

"Não me importo muito com a idade, mas tenho que encontrar alguém que compartilhe a mesma visão da vida que eu e possa se comunicar comigo como alma gêmea, porque o casamento é uma experiência única", disse Lu Zifu, de Nanjing, capital da província de Jiangsu.

De acordo com Zhai Zhenwu, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Demografia da Universidade Renmin da China, a redução das taxas de natalidade, a educação superior e urbanização são fatores associados à redução da taxa de casamento.

Além disso, alguns especialistas acreditam que a migração massiva para as regiões urbanas se refletiu também a taxa de casamentos, uma tendência que se verifica também em outros países.

Todavia, apesar da livre escolha e tolerância social, a baixa taxa de casamentos pode levar a uma baixa taxa de natalidade e afetar a estrutura demográfica da China, especialmente crítica quando o país enfrenta o envelhecimento da sociedade.

Os especialistas sugeriram, portanto, que o país deveria prolongar as licenças de casamento e de maternidade, reduzir a tributação das unidades familiares e estabilizar os preços do setor imobiliário nas cidades de primeiro escalão, de modo a aliviar a pressão dos jovens. 

(Web editor: Chen Ying, editor)

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