A China e a Alemanha deverão levar a cabo negociações de modo a garantir novas oportunidades no comércio livre e no multilateralismo nos setores da manufatura e inovação, segundo os analistas, numa antevisão à 11ª visita de Merkel à China.
Atualmente à frente da Alemanha no seu 4º mandato, Merkel irá reunir com o presidente Xi Jinping e com o primeiro-ministro Li Keqiang hoje.
O comércio bilateral atingiu os 168.1 bilhões de dólares no ano passado, aumentando em 11% em termos anuais, com a Alemanha a garantir um superavit comercial de 27.8 bilhões de dólares, segundo a chancelaria chinesa.
“A China tem sido o maior parceiro comercial da Alemanha nos últimos anos. Ambos países devem assumir uma postura conjunta contra o unilateralismo”, disse Chen Xin, um investigador de economia do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
A China e a Alemanha podem aprofundar a sua coordenação na questão do acordo nuclear iraniano, agora que os EUA o abandonaram, disse.
“Este ano, a China organiza o encontro regular de primeiros-ministros China-Alemanha, mas Merkel chega numa altura especial de mudança no cenário global”, disse Chen Fengying, um investigador de economia mundial no Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China.
O resultado da tentativa de Merkel em Washington de conseguir isenções das tarifas de aço e alumínio é ainda desconhecido.
“A China reiterou a sua posição de aprofundar a reforma e abertura, a qual cria novas oportunidades não só para as empresas chinesas, mas também para as alemães, sendo disso exemplo o corte de tarifas nas importações de automóveis”, constatou Chen.
Além de Beijing, Merkel já visitou 9 cidades chinesas, incluindo Shanghai e Tianjin. Desta vez deslocar-se-á a Shenzhen, onde visitará uma fábrica da Siemens e uma startup de negócios chinesa.
A inovação é a chave para estratégias de alta tecnologia em ambos países, e Shenzhen cresceu ao ponto de ser uma cidade modelo nesta área.