Guo Shuai, 26, ficou determinado a ir estudar nos Estados Unidos depois de assistir ao filme da Disney High School Musical quando era estudante do ensino médio.
Ao contrário do sistema escolar de alta pressão e orientado para os exames com o qual ele estava familiarizado, o filme apresentava uma alternativa: uma atmosfera despreocupada em que os estudantes eram independentes e desfrutavam de uma ampla gama de atividades sociais.
Com efeito, após se formar na Universidade de Zhengzhou, na província de Henan, em junho de 2015, Guo não hesitou em se matricular na Universidade Estadual de Fort Hays, no estado do Kansas.
Guo é apenas um de um número crescente de estudantes chineses que escolhem estudar nos EUA.
A China continuou a liderar na proveniência da maior parte dos estudantes estrangeiros em universidades americanas no ano letivo de 2016-17, de acordo com o Instituto de Educação Internacional, uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova Iorque.
Dos mais de 1 milhão de estudantes estrangeiros matriculados em universidades dos EUA atualmente, 350.755 - cerca de 35% - são chineses, um aumento de 6,8% em relação ao ano anterior.
Em 2017, uma pesquisa com 6.217 estudantes chineses que planejam estudar no exterior determinou que os EUA continuam sendo a primeira escolha, preferida por 50% dos entrevistados.
Foi o terceiro ano consecutivo em que os EUA ficaram em primeiro lugar no relatório anual sobre “Estudo no estrangeiro para estudantes chineses”, compilado pela Vision Overseas Consulting e pela Kantar Millward Brown, outra consultora.
Ao mesmo tempo, os EUA foram a quarta maior fonte de estudantes internacionais na China no ano passado, segundo o Ministério da Educação da China.
Shi Yan, da consultoria Chivast Education International em Beijing, disse que os estudantes chineses escolheram os EUA porque o país tem as melhores universidades do mundo.
"Com a competição acérrima para entrar em faculdades na China, estudar nos EUA pode ser uma boa alternativa", opinou Shi.
Ter experiência de estudo nos EUA também enriquece os currículos dos estudantes chineses, pois demonstra que eles têm uma melhor compreensão intercultural e um domínio mais sólido da língua inglesa, acrescentou.
Gene Block, reitor da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, disse que tem havido uma crescente cooperação entre a UCLA e as universidades chinesas, como a criação de programas conjuntos de pesquisa com a Universidade de Fudan, a Universidade de Zhejiang e a Universidade de Beijing.
"Estamos trabalhando em um programa de educação de adultos online com a Universidade de Zhengzhou, oferecendo mestrados em engenharia", disse ele.
Mais de 10 estudantes da UCLA visitam a Universidade de Beijing por 10 semanas a cada verão, através de um programa de intercâmbio estudantil, e mais de 90 estudantes universitários chineses também vão à UCLA para participar de programas de verão todos os anos, disse Block.
"Com excelentes instalações de pesquisa, estudantes e corpo docente, as universidades chinesas estão eliminando rapidamente a lacuna existente face às melhores universidades dos EUA, podendo até vir a ultrapassá-las um dia".