Por Jia Xiudong
O presidente Xi Jinping se reuniu na segunda e terça feira, 7 e 8 de maio, respetivamente, com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em Dalian, cidade situada no nordeste da China. Trata-se do segundo encontro entre os dois líderes, ocorrido num espaço de apenas 40 dias, fato que surpreende a comunidade internacional e demonstra determinação e necessidade dos dois países de reforçar a comunicação estratégica bilateral.
Em março, Xi e Kim protagonizaram o primeiro encontro histórico, em Beijing, onde firmaram um conjunto de consensos importantes, inaugurando um novo capítulo nas relações sino-norte-coreanas.
Durante a conversa, a RPDC transmitiu à parte chinesa importantes ponderações políticas, as quais incluem: o desenvolvimento da amizade RPDC-China; a concentração do esforço nacional da RPDC no desenvolvimento da sua economia; a desnuclearização e a adoção proativa de medidas de alívio de tensão na Península. Kim ressaltou também a importância ao contributo chinês para consumar a desnuclearização, a paz e a estabilidade na Península Coreana.
Por seu turno, a China declarou o seu apoio à RPDC em diversas iniciativas importantes, entre as quais: a estratégia norte-coreana focada no desenvolvimento econômico; os esforços norte-coreanos rumo à meta de desnuclearização da Península; o melhoramento das relações intercoreanas; o diálogo direto entre a RPDC e os EUA; a dissipação das preocupações com a segurança durante o processo de desnuclearização e, por fim, a pôr termo ao estado de guerra na Península, que perdura oficialmente desde a Guerra da Coreia.
Durante a conversa com Xi, Kim Jong-un expressou o seu desejo de estabelecer um relacionamento com base na confiança com os EUA, pela via do diálogo direto com o último, e que as partes envolvidas adotem medidas consentâneas e sincronizadas, de modo a promover uma solução política que permita garantir a perenidade da paz.
Atualmente, o alívio da situação da Península tem vindo a dar passos rumo à ansiada solução política. Todas as partes devem valorizar esse resultado inicial.
Atendendo ao historial da Península, a situação da região é complexa e frágil. A garantia de um pacto de confiança entre a RPDC e os EUA constitui um dos elementos-chave para resolver a questão da Península.
O percurso que se antevê não será isento de obstáculos, sendo que todas partes envolvidas devem demonstrar determinação e paciência.
(O autor ocupa o cargo de pesquisador convidado do Instituto dos Estudos Internacionais da China)