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Diário de uma viagem no tempo: Xi’an, a capital ancestral da China (I) (3)

Fonte: Diário do Povo Online    23.04.2018 13h01
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Findo o farto pequeno-almoço, chega a hora de seguir caminho até a estação de Xi’an, de onde partem os autocarros que nos transportarão até ao ex-líbris da região: os incontornáveis soldados de terracota, situados a cerca de duas horas do centro da cidade.

Chegados ao local, tivemos sorte. Enquanto um dos eldorados do turismo mundial, estava psicologicamente preparado para ter de me debater por entre hordas de curiosos na aparente inofensiva tarefa de conseguir um bilhete de entrada. Contudo, os deuses desta vez estiveram comigo, dado que, naquele dia, porventura devido ao dever de limpeza dos túmulos familiares, imposto pelo feriado em causa, tudo decorreu sem grandes contrariedades.



 

A entrada no pavilhão principal brinda-nos com uma visão majestosa. Fileiras de soldados e cavalos permanecem hirtos, em posição de combate, prontos a defender o seu amo, o primeiro imperador da China — Qin Shihuang. Dita a história que o imperador mandara construir este exército para o acompanhar e proteger dos inimigos numa outra vida.

A sensação de estar perante mais de 2000 anos de história é imensamente gratificante, e em igual medida o é o detalhe e simbolismo impregnados em cada soldado, sendo que não existem dois exemplares iguais. Arqueiros, generais, besteiros, sargentos, espadachins — a hierarquia militar, os armamentos empunhados pelos soldados e a minúcia técnica com que cada escultura fora burilada, ao ponto de chegarem quase intactos aos nossos dias, demonstram o requinte civilizacional da China de então.

O exército fora descoberto por acaso, na década de 70 do século passado, quando um camponês, que então escavava em busca de um poço de água, se deparou com o achado histórico. Devido à capacidade arqueológica insipiente da China na época da descoberta, os soldados, originalmente pintados, perderam a sua coloração com o tempo. Algumas das armas e peças do exército, infelizmente degradaram-se com o passar dos séculos ou foram roubadas, não resistindo até ao presente.

O recinto turístico conta com três pavilhões (pavilhão do exército principal, pavilhão da guarda militar, e o pavilhão do centro de comando) num dos quais é possível apreciar de perto alguns exemplares de soldados, devidamente protegidos por redomas de vidro, com explicações mais detalhadas, para uma melhor compreensão dos padrões utilizados na sua construção. O túmulo do imperador pode também ser visitado no local.


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