O diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que a sua empresa está trabalhando com o conselheiro especial, Robert Mueller, na investigação à Rússia, durante a sua primeira aparição perante o Congresso na terça-feira, relativamente ao escândalo de fuga de dados da empresa.
Zuckerberg, durante uma sessão que se prolongou por várias horas, disse a 44 senadores dos EUA que o Facebook está trabalhando com a equipa de Mueller, mas reforçou que prefere manter a cautela, pois “o trabalho com o conselho especial é confidencial”.
A audiência do congresso surge quase um mês depois das notícias sobre a Cambridge Analytica, uma empresa com laços à campanha do Presidente Donald Trump, terem sido expostas. Alegadamente, a empresa terá tido acesso a 87 milhões de utilizadores do Facebook sem que estes tenham tido conhecimento.
Grupos russos tiraram alegadamente vantagem da rede social para interferir com a eleição presidencial de 2016.
O Facebook foi “muito lento para detetar e responder à interferência russa”, disse Zuckerberg. “É agora claro que não fizemos o suficiente para prevenir essas ferramentas de serem usadas com objetivos danosos”.
“Isso também se aplica às ‘fake news’, interferência estrangeira nas eleições e discurso de ódio, bem como à privacidade de dados”, disse o CEO de 33 anos em tom apologético, salientando que o Facebook planeja manter mais de 20,000 trabalhadores dedicados à segurança e avaliação de conteúdos até ao final do ano.
Zuckerberg anunciou ainda que o Facebook está desenvolvendo uma tecnologia de inteligência artificial direcionada ao combate ao discurso de ódio, sendo que deverá estar pronta entre 5 a 10 anos.
O preço das ações do Facebook terminou com um aumento de 4,5% naquele dia, atingindo o pico durante o testemunho do CEO, após o escândalo da fuga de dados ter retirado bilhões de dólares em valor de mercado à rede social.