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Investimento chinês pode trazer oportunidades do que ameaças, diz fundo de PE dos EUA

Fonte: Xinhua    08.02.2018 09h24

Beijing, 8 fev (Xinhua) -- O investimento chinês no setor de tecnologia dos Estados Unidos poderia trazer mais oportunidades do que ameaças e deve ser considerado da perspectiva correta, de acordo com um fundo de investimento de private equity (PE) dos EUA.

Os elaboradores de políticas podem lamentar o investimento chinês em empresas norte-americanas, mas esses investimentos podem fornecer acesso e aceleração para as pequenas e médias empresas se posicionarem no maior mercado com crescimento mais rápido no mundo, informou Ray Bingham, cofundador e sócio da Canyon Bridge Capital Partners, um fundo global de PE que se concentra no setor de tecnologia.

O investidor âncora da empresa de PE é da China e a empresa tem escritórios no Vale do Silício e Beijing. Ela entrou em manchetes no ano passado com uma tentativa fracassada de comprar a fabricante de semicondutores dos EUA, a Lattice Semiconductor. O Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CIEEU) acreditou que o acordo poderia comprometer a segurança nacional.

Em janeiro, o governo norte-americano bloqueou a aquisição pelo braço financeiro do Alibaba para a plataforma de transferência de fundos do EUA, a MoneyGram, e a cooperação da Huawei com um dos principais provedores de serviços de telecomunicação dos EUA por preocupações semelhantes.

"Acho que a economia norte-americana percebe a interdependência entre a China e os Estados Unidos em particular, eles entenderão que mercados livres e abertos também significam mercados livres e abertos de capitais. E a capacidade para um fundo de PE, cujo dinheiro vem da China, deve ser vista como algo razoável e construtivo", disse Bingham.

A Canyon Bridge comprou com sucesso a fabricante britânica de processadores gráficos, a Imagination Technologies Group, em novembro do ano passado. Bingham afirmou que a reação na Europa foi muito diferente da reação em Washington, à medida que os funcionários europeus observaram o investimento como uma boa coisa que poderia fortalecer os empregos e a infraestrutura de tecnologia da Grã-Bretanha.

"Não só trazemos dinheiro, como também ajudamos a desenvolver negócios com nossas redes em todo o mundo, para ajudar as empresas a se expandirem em novos mercados", apontou.

Como veterano nos negócios de semicondutores, Bingham ficou impressionado com o crescimento rápido da indústria na China.

"Quando entrou nesse campo, o setor de semicondutor ainda estava no desenvolvimento inicial, e agora há muitas fundições de fábricas de chips na China, que estão produzindo semicondutores muito avançados. Ninguém poderia ter visto isso 20 anos atrás", assinalou ele.

A China consome cerca de 40% dos semicondutores do mundo, a maior parte dos quais são montados em produtos que são então exportados para o Ocidente, segundo Bingham, notando que isso é bom porque forçar a inovação em ambos os lados do oceano.

"Permitir os tipos corretos de investimento estrangeiro pode ajudar as empresas ocidentais a se tornarem jogadores neste mercado de explosão, continuarem competindo e colhendo dividendos do vasto ecossistema de inovação da China. Mas por fim, depende dos elaboradores de políticas tomar boas decisões que autorizam um fluxo construtivo de capital e manter o motor econômico preparado", acrescentou.

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