Beijing, 18 jan (Xinhua) -- A Academia Chinesa de Ciências Sociais anunciou na terça-feira as seis maiores descobertas arqueológicas da China em 2017.
"A parte mais valiosa da arqueologia reside nas informações de atividades humanas reveladas nas ruínas", disse Chen Xingcan, diretor do Instituto da Arqueologia.
As seis descobertas contêm informações sobre atividades humanas durante um período de mais de 40 mil anos.
ANCESTRAIS VIERAM DE LONGE
Em uma caverna situada na encruzilhada entre a China, a Ásia Central e a Europa, os arqueólogos encontraram ruínas que datam de 3,5 até 45 mil anos. Esta foi a primeira caverna paleolítica encontrada na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China.
O método de processamento de um raspador de pedra oval com margem afiada encontrado na caverna foi semelhante ao dos artefatos das culturas na parte ocidental do continente eurasiático.
A descoberta pode ajudar a decifrar o intercâmbio cultural entre ambas as extremidades da Eurásia e a migração dos ancestrais humanos, de acordo com especialistas.
HIERARQUIA SURGIDA
Estruturas de superfície e edifícios semi-criptos, muralhas defensivas e trincheiras e artefatos de jade foram encontrados em um povoado pré-histórico de 5 mil a 4,6 mil anos atrás, na atual Província de Shandong, leste da China.
Os arqueólogos encontraram vasos de cerâmica e de jade nas ruínas de tumbas, que eram usados nas cerimônia de sacrifício e banquetes pela classe no poder para se distinguir de pessoas comuns, de acordo com os arqueólogos.
As relíquias neolíticas mostraram a aceleração da polarização entre os ricos e os pobres, e a disparidade profunda entre pessoas de diferentes segmentos sociais.
ARROZ DESCOBERTO
Arqueólogos encontraram arroz e painço carbonizados em uma relíquia neolítica, que datam de 5,8 a 4,3 mil anos, na atual Província de Fujian, no leste da China.
Os vestígios de grãos abundantes derrubaram a ideia atual de que os humanos pré-históricos dependiam da caça em vez da agricultura e os cinco túmulos encontrados na ruína podem ajudar a descobrir o que as pessoas daquela época faziam para o emprego.
BRONZE ENCONTRADO
Há mais de meio século, cerca de cem peças de vasos de bronze foram descobertas no distrito de Jingshan, na Província de Hubei, centro da China, levando à descoberta do estado Zeng, um estado antigo não registrado, com uma história de mais de 2,7 mil anos.
Mais mistérios do estado foram esclarecidos com as escavações. Os arqueólogos acreditam que o grande número de relíquias de bronze encontradas nas ruínas pode indicar que o estado Zeng era provavelmente responsável pela fundição, produção e transporte de utensílios de bronze na Dinastia Zhou.
CULTURA ÉTNICA REVELADA
Uma equipe de vagões composta por cinco carruagens e 16 cavalos foi desenterrada no ano passado na cidade de Xingtang, Província de Hebei (norte), revelando a história do Rong e Di, dois principais grupos étnicos que surgiram no que agora é território chinês.
Utensílios de bronze e cerâmicas que se originaram das planícies centrais onde surgiu o grupo étnico Huaxia também foram encontrados nas ruínas, indicando a integração da cultura do Huaxia com a do Rong e Di.
TEMPLO PARA CULTO CONFIRMADO
As ruínas da vila de Baoma, em uma colina do distrito de Antu, da Província de Jilin, no nordeste da China, foram confirmadas por um livro de jade encontrado no local, como um templo de culto usado pela família real da Dinastia Jin (1115-1234) na montanha de Changbai.
As ruínas de Baoma estão entre as relíquias arquiteturais mais bem preservadas e as mais importantes da Dinastia Jin.