BEIJING, 14 de dez (Diário do Povo Online) – Corria o ano de 1937 quando o Exército Imperial Japonês invadiu Nanjing. Milhares de civis inocentes e prisioneiros de guerra foram mortos, e várias mulheres estupradas, naquela que era então a capital chinesa.
O episódio é conhecido como o Massacre de Nanjing, ou o Estupro de Nanjing.
Tendo a maioria dos estrangeiros fugido da cidade antes da invasão japonesa, pelo menos 22 permaneceram.
Alguns dos missionários norte-americanos que ficaram na cidade não só testemunharam as atrocidades dos soldados japoneses, mas também arriscaram a sua vida para salvar civis chineses e contrabandear evidências importantes do sucedido para mostrar ao resto do mundo.
Um documentário baseado nas suas histórias, “Cicatrizes de Nanjing”, estreou no Canal de História nos EUA e na China simultaneamente na última quarta-feira, assinalando o 80º aniversário do massacre.
Chris Humphrey, produtor executivo do filme, disse que o Massacre de Nanjing é uma das maiores tragédias na história mundial.
Humphrey disse que se trata de um assunto profundamente importante para se manter vivo pois serve de advertência para que eventos como este nunca devem ser repetidos.
O documentário é uma produção conjunta da A+E Networks dos EUA e da Jiangsu Broadcasting Corp, baseada em Nanjing.
Bu Yu, presidente da Jiangsu Broadcasting Corp, referiu que a equipe do filme descobriu que as pessoas comuns no Ocidente sabem muito pouco sobre a tragédia. Muitos conhecem o Holocausto - a tentativa de aniquilação de judeus pela Alemanha nazista -, mas não o Massacre de Nanjing, em que mais de 300 mil chineses inocentes foram mortos e muitas mulheres estupradas, disse Bu.
"Um evento histórico tão importante não deve passar despercebido ao mundo, especialmente quando os japoneses de direita ainda tentam encobrir a verdade e confundir o público", assinalou Bu.
“Os habitantes de Nanjing e todos os chineses nunca esquecerão Robert Wilson, Minnie Vautrin, John Magee, George Fitch, John Rabe, Miner Bates, Bernhard Sindberg e outros amigos internacionais", disse Bu, citando os nomes de algumas testemunhas do massacre.
"Esperamos que tal espírito e ações humanitárias em busca da paz e da justiça sejam promovidas no mundo", acrescentou.